O Que é o Coma?

Coma é o estado em que uma pessoa fica com a consciência comprometida e demonstra pouca ou nenhuma reação a estímulos, não sendo capaz de abrir os olhos, pronunciar palavras nem obedecer a comandos simples. “O coma é um sinal de que o enfermo apresenta uma doença grave que está comprometendo o sistema nervoso central”, explica Regina Marcia Cardoso de Sousa, professora do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP). Essas enfermidades podem tanto estar diretamente relacionadas ao sistema nervoso central, como tumores, meningite, acidente vascular cerebral e traumas cranioencefálicos, quanto afetar indiretamente o funcionamento das células nervosas, que podem ser desde problemas metabólicos, como o diabetes, até paradas cardíacas, insuficiência respiratória, perda de sangue, intoxicação etc. “Mas é importante lembrar que a doença só leva ao estado de coma quando a situação é muito grave”, ressalta a professora.
O coma tem vários graus e o mais profundo deles é quando a pessoa não reage a qualquer estímulo. Apesar de variar muito de acordo com cada caso, em geral o paciente fica com a parte respiratória prejudicada, necessitando da ajuda de tubos e aparelhos. “A função cardíaca também pode estar normal ou comprometida e, dependendo da situação, a pessoa pode precisar de uma droga para mantê-la”, diz Regina. Esses medicamentos são injetados diretamente na veia, porque, como o enfermo está inconsciente, ele não consegue tomar nada via oral. Já a alimentação costuma ser feita por meio de sonda. Prepara-se uma composição de nutrientes específicos que vão direto para o estômago ou o intestino delgado.
O tempo que uma pessoa fica em coma é difícil de se definir. Podem ser alguns dias ou até anos. “Quando percebemos que todos os recursos terapêuticos que temos hoje disponíveis não estão dando resultado, podemos começar a pensar que o paciente talvez não volte do coma. Mas nunca se tem certeza absoluta disso”, explica a professora. Ela conta que o tratamento consiste em reverter a causa que levou o doente a esse estado. A sedação também é uma prática comum nesses casos. “Quando há um edema muito grande no cérebro, por exemplo, o adoentado é sedado para diminuir o metabolismo cerebral e exigir o mínimo possível daquela área, na tentativa de que se recupere. Com isso, consegue-se diminuir o dano às células nervosas e evitar mais lesões”. Em situações mais graves, quando as células nervosas sofreram danos muito grandes e morrem maciçamente, o indivíduo pode entrar em estado vegetativo persistente ou até mesmo ter uma morte cerebral. “No estado vegetativo, a pessoa pode voltar a abrir os olhos, mas não tem nenhuma percepção ou troca com o meio. Já a morte cerebral é a morte do encéfalo como um todo, e ela não é capaz de respirar, nem mal nem de forma irregular. Muitas vezes ela é mantida viva por aparelhos para se preservar alguns órgãos que possam ser encaminhados para doação”.
Quando um paciente se recupera e volta do coma, ele pode apresentar algumas sequelas na fala, nos movimentos ou na visão. “Depende da área atingida, mas quase todas podem ser revertidas. Há casos de doentes que estavam em estado gravíssimo mas que, no final, tiveram uma recuperação muito boa. Ela pode se dar tanto naturalmente quanto por meio de tratamentos com fisioterapia e fonoaudiologia”, completa Regina.

Questão respondida na seção "Na Dúvida?" da revista Nova Escola

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