As Últimas do Mundo da Paleontologia

Inseto fóssil de grupo que reúne hoje algumas das principais pragas que atacam lavouras acaba de ser registrado no Brasil. A nova espécie de besouro, batizada de ‘Arariperhinus monnei’, se destaca por apresentar uma enorme tromba na parte anterior da cabeça

1- Um pequeno besouro de menos de 1 centímetro que viveu há 115 milhões de anos foi encontrado em rochas da Bacia do Araripe, no Nordeste do Brasil. Descoberto por Márcia F. de Aquino Santos (Museu Nacional/UFRJ) e colegas , o pequeno besouro recebeu o nome Arariperhinus monnei e sua descrição acaba de ser publicada na revista Palaeontology. O nome dado à nova espécie – Arariperhinus monnei – foi resultado da combinação de Araripe, bacia sedimentar onde o fóssil foi encontrado, e rhinos, expressão grega que significa bico, em alusão à extensa projeção que existe na cabeça desse inseto, além de ser uma justa homenagem ao colega uruguaio Miguel Angel Monné, que há pouco tempo se aposentou pelo Museu Nacional/UFRJ e é um dos principais estudiosos de besouros recentes.
Os insetos da família a que pertence o besouro recém-descoberto estão entre as principais pragas que atacam lavouras de angiospermas, como a ervilheira. As larvas de Arariperhinus monnei – assim como as dos demais integrantes do grupo – deveriam se desenvolver nos órgãos reprodutivos das angiospermas, como flores, frutas e sementes. Cabe lembrar que, apesar de serem comuns hoje em dia, as angiospermas – também chamadas de plantas modernas – eram bem raras no passado e ainda se discute muito como elas evoluíram ao longo do tempo. 
O achado de Arariperhinus monnei também levanta a possibilidade de que a Bacia do Araripe, mais especificamente em torno dos 115 milhões de anos, tenha tido uma importante participação na evolução e dispersão das angiospermas. Essa descoberta é daquelas que possibilita lançar um olhar diferente para os estudos paleontológicos, para que não se limitem à descrição de uma nova espécie em si, mas também observem a influência dessa nova espécie na evolução de outros grupos, no caso, as plantas modernas.

2- Acaba de ser descrita na China uma nova ave que promete rever a origem do grupo. Xiaotingia zhengi foi encontrada em depósitos jurássicos na região oeste de Liaoning e tem uma configuração geral semelhante à de Archaeopteryx – até então considerada a ave mais primitiva. Segundo Xing Xu (Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia, Pequim, China) e colaboradores, o estudo, publicado em destaque na Nature, sugere que Archaeopteryx não era a ave mais primitiva, uma proposta um tanto revolucionária no meio paleontológico. 

3- Diego Balseiro (Conicet, Argentina) e colegas acabam de publicar um estudo sobre trilobitas (grupo de artrópodos extintos) de depósitos cambrianos da Argentina. Os autores compararam dados das formas argentinas com outras, particularmente as encontradas em depósitos do México, e estabeleceram novos dados para a evolução das comunidades paleoecológicas formadas por espécies desse grupo. O estudo foi publicado na Palaios.

4- Pesquisadores acabam de estudar em detalhe a configuração dentária dos dinossauros carnívoros pertencentes ao grupo Unenlagiinae. Segundo Frederico Gianechini (Conicet, Argentina), que liderou a pesquisa, publicada na Acta Palaeontologica Polonica, esses répteis, bastante raros e conhecidos apenas na América do Sul, caracterizam-se por possuírem dentes pequenos, numerosos e desprovidos de serrilhas.

5-Neste exato momento (16/08/2011), pesquisadores brasileiros estão realizando trabalho de campo com colegas iranianos visando à coleta de fósseis no deserto de Kerman (Irã). Novas descobertas estão no horizonte...

Fonte: Revista Ciência Hoje On-Line

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