A Misteriosa Extinção dos Dodôs
Ave símbolo da extinção induzida pelo homem, o dodô ainda não tem a história do seu desaparecimento suficientemente esclarecida. A versão mais aceita é que os marinheiros holandeses que aportaram nas Ilhas Maurício em 1598, abateram essas aves a pauladas com a finalidade de se alimentar delas, conforme mostra a gravura. Porém, escavações recentes feitas nas ilhas desmentem a inclusão de dodôs na culinária dos colonos holandeses.
Considerada uma ave símbolo da extinção induzida pela ação do homem, o dodô (Raphus cucullatus), uma espécie de ave não voadora, endêmica das Ilhas Maurício na costa leste da África, parece ter a história do seu desaparecimento pouco esclarecida. Apesar dos vários estudos que foram feitos, ainda não se tem definido com clareza qual foi a verdadeira causa da extinção dessa espécie. Muitos relacionam o desaparecimento dessa ave com os seus aspectos físicos, comportamentais e ecológicos, associando-os com a chegada dos holandeses à ilha no ano de 1598.
O que consta é que o dodô era uma ave muito gorda, dócil, incapaz de voar e de carne saborosa, fatores que contribuíram para que fosse facilmente exterminada pelos marinheiros holandeses.
A representação do dodô como uma ave obesa parece que não é condizente com a realidade. A figura do pássaro atarracado que normalmente aparece nas reconstruções modernas é baseada em ilustrações provavelmente extraídas de aves em cativeiro superalimentadas ou feitas a partir de espécimes mortos mal taxidermizados. Na natureza, o dodo era um pássaro muito mais magro do que aparece nas ilustrações.
Quanto ao interesse culinário pela carne dita saborosa dos dodôs, também não há um consenso. Segundo a Wikipedia, "Alguns dos primeiros viajantes acharam o sabor da carne do dodô desagradável, e preferiram comer papagaios e pombos, já outros a descreveram como dura, mas boa. Alguns dodôs foram caçados apenas pela sua moela, considerada a parte mais deliciosa da ave. Eles eram fáceis de pegar, mas os caçadores tinham que ter cuidado para não serem mordidos por seus bicos poderosos". Já de acordo com um estudo publicado em 2013, as escavações feitas nos aterros de resíduos dos primeiros assentamentos dos holandeses nas Ilhas Maurício, estão cheios de ossos de animais provenientes da mesa de jantar dos colonos holandeses , mas não há um único osso de dodô entre eles.
"Como muitos animais que evoluíram isolados e sem predadores significativos, o dodô não tinha medo de seres humanos. Este destemor e sua incapacidade de voar tornava-o presa fácil para os marinheiros. Embora alguns relatos dispersos descrevessem matanças em massa de dodôs para provisões de bordo, as investigações arqueológicas fornecem escassas evidências de predação humana." As Ilhas Maurício sempre foi coberta por uma densa floresta impenetrável e os dodôs viviam no coração dessa floresta, bem longe do alcance dos caçadores , mesmo aqueles mais ousados. segundo o pesquisador Leon Claessens, "os marinheiros por si só não contribuíram de forma eficaz para a extinção do dodô. " No máximo , havia algumas centenas de pessoas que viviam em um povoado costeiro ", diz Claessens .
Ainda conforme a Wikipédia, "A população humana em Maurício (que tem uma área de 1 860 km2) nunca excedeu 50 pessoas no século XVII, mas esses primeiros colonos introduziram outros animais, incluindo cães, porcos, gatos, ratos e macacos-do-mato, que saqueavam ninhos de dodô e competiram pelas limitadas fontes de alimento. Ao mesmo tempo, os humanos destruíram florestas que eram o habitat da ave. O impacto destes animais introduzidos, especialmente os porcos e macacos, sobre a população de dodôs é atualmente considerado mais grave do que a caça. Os ratos não foram, talvez, uma ameaça muito grande aos ninhos, uma vez que os dodôs estavam acostumados a lidar com os caranguejos terrestres locais."
"Foi sugerido que o dodô já era raro ou ocupava uma área bastante restrita antes da chegada dos seres humanos em Maurício, uma vez que teria sido improvável que tivesse se extinguido tão rapidamente se ocupasse todas as partes remotas da ilha. Uma expedição em 2005 encontrou restos subfósseis de dodôs e outros animais mortos por uma enchente. Tais mortes em massa teria prejudicado ainda mais uma espécie já em perigo de extinção.
Mesmo que a raridade do dodô já tivesse sido relatada no século XVII, sua extinção não foi reconhecida até o século XIX. Isto foi em parte porque, por motivos religiosos, a extinção não se acreditava possível até mais tarde ser provada por Georges Cuvier, e em parte porque muitos cientistas duvidavam de que o dodô realmente tivesse existido algum dia. Parecia uma criatura estranha por demais, e muitos acreditavam que era um mito. O pássaro foi usado pela primeira vez como um exemplo de extinção induzida pelo homem na Penny Magazine em 1833."
"Mesmo antes de sua extinção, o dodô era frequentemente destacado na literatura europeia, além de ser usado como símbolo para terras exóticas e para a gula, devido a sua aparência obesa. Em 1865, mesmo ano em que George Clark começou a publicar relatórios sobre fósseis escavados de dodô, o pássaro recém vindicado foi caracterizado como um personagem de Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas."
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