Canibalismo na Coréia do Norte
Num país onde ainda vigora regime comunista, a Reforma Agrária destruiu a produção; e a fome atinge aspectos tétricos com relatos de canibalismo
Os crescentes relatos de canibalismo na Coréia do Norte assustam. Especula-se que 10 mil pessoas tenham sido assassinadas e comidas, devido à enorme seca enfrentada na região. A pouca comida que nasce nos campos do interior é confiscada e levada à capital, Pyongyang, por oficiais do governo, segundo relatos de jornalistas infiltrados no país.
Relatos aterrorizantes de norte-coreanos devorando pessoas para saciar a
fome — em alguns casos os próprios filhos — tomaram conta do noticiário
internacional nos últimos dias. As informações expõem o desastre
humanitário pelo qual o país oriental pode estar enfrentando.
Os primeiros relatos foram publicados no último domingo (27/01/2012) pelo
diário britânico The Sunday Times. O jornal compilou o trabalho de
repórteres independentes que foram enviados à Coreia do Norte pela
agência de notícias Asia Press, com sede em Osaka, no Japão.
A Asia Press informa que possui uma rede dos chamados
“jornalistas-cidadãos” dentro da Coreia do Norte. Os “citizen
journalists” (termo em inglês) são pessoas comuns que atuam como
jornalistas, coletando informações e produzindo notícias.
Recentemente, um homem supostamente faminto foi executado na Coreia do Norte por
matar e comer seus próprios filhos. A informação foi concedida por um
fonte anônima à agência Asia Press.
De acordo com a reportagem, o
homem se aproveitou da ausência de sua mulher, que viajava a trabalho,
para assassinar sua filha mais velha. Por ter presenciado o crime, o
filho mais novo acabou sendo também executado. Ao retornar, a mulher
suspeitou do excesso de comida e chamou policias, que descobriram partes
dos corpos nos alimentos.
Nos últimos anos, as autoridades norte-coreanas executaram ao menos
três pessoas acusadas de canibalismo, revela um relatório publicado em maio de 2012 pelo Korea Institute for National Education (KINU), em
Seul, Coreia do Sul. De acordo com o estudo, realizado a partir de
depoimentos de refugiados, a desnutrição aguda é a principal razão dos
atos antropofágicos.
Mas há outros motivos: em 2009, por exemplo, um homem foi fuzilado em
praça pública na cidade de Hyesan, sob a acusação de ter devorado uma
menina de dez anos. De acordo com o relatório, ele seria uma vítima da
crise alimentar na região decorrente de uma reforma monetária que
provocou uma inflação generalizada no país.
O relato mais impressionante é de uma mãe que teria matado e comido
sua filha, de nove anos. Em depoimento de 2007, ela teria dito que
perdeu a razão por conta da fome. "A carne humana é melhor que a carne
de porco e todos vamos morrer de qualquer jeito", assinala o relatório.
Apesar do assunto chocante, o KINU adverte que é preciso não
superestimar a importância do canibalismo na Coreia do Norte, pois a
prática não acontece em larga escala. Dos 230 refugiados que prestaram
depoimento, dez falaram em canibalismo.
Isto é a mais clara verdade que acompanha todo regime comunista: A fome, A miséria, A restrição de liberdades e a concentração de poder; Foi assim também na Ucrânia, à época da antiga união soviética, na Grande fome de Holomodor.
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