Drogas: No Embalo das Combinações Perigosas

A revista Veja noticiou em sua edição de 21 de outubro de 2009 que, para embalarem a noitada, jovens “montam” sua própria droga misturando mais de uma substância ilegal ou juntando-as com remédios produzidos em laboratórios farmacêuticos. A mistura pode ser fatal. A imprudência e a vontade de experimentar sensações desconhecidas vêm conduzindo os freqüentadores de clubes e raves a um comportamento de duplo risco: além de usarem nas pistas substâncias ilegais de todo tipo, muitos passaram a mistura-las com um coquetel de drogas de acesso fácil e efeitos algumas vezes devastadores. Anestésicos de uso veterinário, remédios para impotência e até medicamentos para tratamento de Aids ingressam facilmente nos clubes para serem consumidos com cocaína e comprimidos de ecstasy. Vejamos os efeitos e os riscos das principais combinações que “rolam” nas baladas pelo Brasil afora:

1- Ecstasy (MDMA) + Cocaína. Além de alucinações, o ecstasy causa euforia, que é aumentada pela cocaína. As probabilidades de infarto, arritmia cardíaca, ataques de pânico e ansiedade são potencializadas pelo aumento do neurotransmissor adrenalina no organismo. A ingestão da mistura pode resultar ainda na chamada “bad trip”, sensação de angústia e mal estar, possivelmente decorrente da sobrecarga nos sistemas neurotransmissores de dopamina no cérebro.
2- Ecstasy (MDMA) + Maconha (THC). Como uma droga tem efeito contrário ao da outra- o ecstasy é excitante, enquanto a maconha é relaxante -, os usuários as misturam para transitar entre os dois estados. Nesse caso, há risco de taquicardia, que pode levar ao infarto.
3- Ecstasy (MDMA) + Remédios para impotência (Viagra, por exemplo) + antirretroviral. Coquetel conhecido como “bomba”. A mistura é usada para fazer sexo – como o ecstasy provoca vasoconstrição, que dificulta a ereção, o vasodilatador Viagra entra para minimizar o problema. Já o antirretroviral, além de potencializar em até 12 vezes o efeito do ecstasy, é visto, equivocadamente como uma maneira de “prevenir” o contágio pelo vírus HIV em caso de uma eventual relação sexual sem camisinha. Os riscos são: convulsões, priapismo (ereção contínua), cegueira, espasmos das artérias coronárias e contágio pelo HIV.
4- Ecstasy (MDMA) + GHB (ácido gamahidroxibutírico; usado normalmente como tratamento para narcolepsia) + Ketamina (anestésico de uso veterinário). A mistura causa euforia e aumento da disposição (por isso o GHB também é usado em academias). Os homens podem ter a ereção prolongada e ejaculações sem nenhum estímulo. Os riscos são: náusea e dificuldades respiratórias que podem levar amorte.
5- LSD (ácido lisérgico) + Ketamina. Efeitos dissociativos – delírio, sensação de deixar o corpo e experiências de quase morte – são intensificados. As conseqüências do uso combinado dessas duas drogas ainda são desconhecidas. Isoladamente, a ketamina aumenta a resistência vascular pulmonar, o que pode causar insuficiência cardíaca e infarto do miocárdio. A cocaína quando combinada com a ketamina também eleva o risco de infarto

Postagem elaborada com base na reportagem da revista Veja de 21/10/2010 intitulada “Música, sexo e loucura”

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