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Mostrando postagens de abril, 2010

A Biodiversidade das Matas Atlânticas

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Imensa fachada florestal que surpreendeu os portugueses em sua chegada, as Matas Atlânticas guardavam segredos que aos poucos foram sendo revelados. Recobrindo originalmente de 12% a 15% do que veio a ser o território brasileiro, elas se distribuíam pela faixa litorânea do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, avançando para áreas interiores e alcançando frações dos atuais Paraguai e Argentina, em uma área de aproximadamente 1,1 milhão de quilômetros quadrados. Mas por que "Matas Atlânticas", no plural? Muito heterogênea e diversificada, com distribuição azonal – uma variação climática latitudinal - e em vários níveis de altitude, trata-se de uma das formações de maior biodiversidade do planeta. O conjunto abriga matas de encosta e de altitude e formações costeiras associadas a diferentes ecossistemas – manguezais, restingas, vegetação de ilhas litorâneas -, além de enclaves de cerrados, campos e campos de altitude. Tomando como referência a proposição dos geógrafos Suel

O Usuário Padrão da Maconha

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Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com Universidade do Texas, analisaram os dados do I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira e perceberam que o consumo de maconha tem crescido relativamente, se comparado com outros países da América Latina. Segundo os resultados, ser homem, ter entre 18 e 30 anos, entrar na universidade, estar desempregado e morar nas regiões Sul e Sudeste são alguns dos fatores que aumentam a probabilidade do consumo da droga. O artigo, publicado no periódico Addictive Behaviors , baseou-se em alguns dos pontos analisados pelo questionário do levantamento, realizado pelo Ministério da Saúde e pela Unifesp. Entre abril de 2005 e novembro de 2006, foram entrevistadas pessoalmente 3007 pessoas com mais de 14 anos, moradores de 107 municípios de todos os estados. Os dados coletados serviram de base para o artigo, que é o primeiro estudo sobre consumo de drogas que abrange todo o territóri

Endometriose

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Para definir endometriose, inicialmente é necessário entender o que é o endométrio, palavra da qual deriva o nome da doença. Endométrio é a parte mais interna do útero, responsável por abrigar o óvulo fecundado, ou seja, é o “ninho” do novo ser. Quando a mulher não engravida esse tecido de revestimento é eliminado na menstruação. À presença do endométrio fora de sua localização habitual, fora do útero, dá-se o nome de endometriose. Sendo ele da mesma constituição que o endométrio normal, seu desenvolvimento se faz pelos mesmos mecanismos que o primeiro, ou seja, ele cresce a partir de estímulos hormonais (estrogênicos) originados nos ovários. Esses estímulos se iniciam a cada novo ciclo. Assim sendo, a cada menstruação também haverá sangramento onde existe endométrio, ou seja, isto também acontecerá onde houver focos endometrióticos. Como esta localização anômala de tecido é aparentemente aleatória, vários são os órgãos que podem abrigá-lo, sendo os pélvicos os mais acometidos. Desta

Profissionais da Saúde Contra o Ato Médico

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O Projeto de Lei do Ato Médico, aprovado pela Câmara dos Deputados, em outubro de 2009 tem sido alvo de protestos de várias categorias da área de saúde como biólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, nutricionistas, profissionais da Educação Física, psicólogos, técnicos de radiologia e terapeutas ocupacionais, entre outros. O PL Ato Médico busca regulamentar o exercício da medicina, apontando inúmeros procedimentos como sendo privativos dos médicos, restrigindo a possibilidade de outras profissões da área de saúde de fazer diagnósticos e oferecer tratamento. "Nós Biólogos, não somos contra a Lei de Regulamentação dos Médicos, mas da forma absurda com que ela está apresentada, ela retira dos demais profissionais de saúde o direito de atuar", alerta a Presidente do CRBio-02, Fátima Cristina Inácio Andrade. Para adquirir as habilidades e compet~encias para fazer o diagnóstico e as respectivas prescrições terapêuticas nas áreas das demais profi

Futuros Médicos Virtuais

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A internet tem servido a cada dia mais como importante instrumento de pesquisa, principalmente entre os alunos. Recente estudo da Universidade de Melbourne, na Austrália, avaliou a relação de estudantes de medicina com a internet, procurando entender os impactos desse novo comportamento. Os resultados mostram que páginas como  Google  e  Wikipédia   são as mais acessadas, apesar de serem consideradas as menos confiáveis. No Brasil, especialistas garantem que a situação é similar e sugerem que a solução está em páginas avaliadas pelos próprios profissionais. O artigo, publicado no   British Journal of Educationa l Technology   pelos pesquisadores Terry Judd e Gregory Kennedy, observou a maneira como os estudantes de diferentes períodos acadêmicos utilizam as ferramentas em questão. Esses jovens, classificados por eles como a “Geração Internet”, vêm desenvolvendo uma conduta autodidata, recorrendo à busca de informações na rede mundial de computadores. Um dos problemas apontados está na

Sensibilidade e Especificidade

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Com qualquer tipo de teste ou exame clínico, existe um equilíbrio entre o grau de sensibilidade e a especificidade. A sensibilidade representa a frequencia com que o teste detectará o que está sendo testado. Assim, um teste com sensibilidade de 90% dará um resultado positivo em 90 das 100 pessoas  que efetivamente  apresentam o quadro que está sendo investigado. A especificidade representa a frequencia com que o resultado negativo está correto; ou seja, a frequencia com que quem não tem a doença ou condição recebe o resultado de teste correto. Um teste com especificidade de 90% terá um resultado negativo em 90 das 100 pessoas que não apresentam o quadro que está sendo investigado. Na maioria dos casos, um teste que é mais sensível será menos específico e vice-versa. Em outras palavras, se você quiser descobrir todos os casos possíveis, a outra face da moeda é identificar de modo incorreto o maior número de pessoas possivelmente com algo que elas realmente não apresentam. Esse resultado

Genética Contra o Câncer

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Tecnologias genéticas já indicam com razoável grau de certeza aos médicos se um tratamento é eficaz ou qual fármaco age melhor em cada caso, como em tumores de mama, pulmão e intestino. No mês passado, num estudo da revista "Nature", cientistas da Universidade Jonhs Hopkins, nos E.U.A, apresentaram um método para avaliar o efeito do tratamento anticâncer a partir da análise de fragmentos de DNA. para o oncologista José Cláudio Casali, coordenador do Banco Nacional de Tumores do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tratamento do câncer a apartir de agora será cada vez mais individualizado. O tumor de mama é um exemplo. Uma das drogas mais indicadas contra esta doença é o tamoxifeno (que bloqueia a ação dos estrógenos), metabolizado no fígado. Porém, mulheres com mutação no gene CYP2D6 ligado a uma enzima essencial para o efeito terapêutico não se beneficiam  desta droga.  O controle de células cancerosas por meio de análises de pedaços de DNA mutante no sangue é muito promi

Não Alimente os Pombos

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O pombo doméstico e o pombo correio são uma variedade do pombo das rochas do mediterrâneo, Columba lívia . São encontrados no mundo todo, exceto nas regiões polares.Já eram criados há 5000 anos atrás pelos asiáticos. Chegaram ao Brasil trazidos por imigrantes europeus no século XVI como ave doméstica, adaptando-se muito bem aos grandes centros urbanos, devido a facilidade de encontrar alimento e abrigo. Através de seleção genética foram melhorados para várias finalidades; ornamental, companhia, trabalho (correio), esporte (distância e velocidade de vôo), alimentação (fonte de proteina). Os pombos vivem de 15 a 30 anos na natureza, e somente 3 a 5 anos nas cidades, devido a doenças provocadas pela alimentação não natural e ao desequilíbrio de sua população. Quando uma população animal cresce desequilibradamente há um controle natural através da transmissão de doenças dentro da colonia. Formam casais por toda a vida, tendo 5 a 6 ninhadas por ano, cada uma com até 2 filhotes.Os ovos são i

A Armadilha do Ensino a Distância

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O ensino a distância tem crescido acima de 100% nos últimos anos no Brasil. Entretanto, apesar dos avanços no setor, esse tipo de educação ainda apresenta deficiências. A modalidade de ensino a distância  não é algo novo e, em todos os seus formatos, exclui a relação humana. Na década de 1970, existiam cursos, principalmente profissionalizantes, através de revistas pelo sistema de apostilas. Depois vieram os telecursos, nos quais  se tinha um televisor e não um professor. Isso prejudica a qualidade do ensino. Que certeza o professor terá de que um trabalho foi feito, de fato, pelo aluno? Quando se tem o contato direto com o aluno, o professor pode conhecê-lo melhor e saber de seus limites e capacidades. O ensino a distância, mais do que a exposição circunstanciada feita pela palavra falada ou escrita de um projeto futuro, é realidade em várias faculdades e universidades do país, que começam a colocar em prática uma modalidade de ensino autorizada pelo Ministério da Educação (MEC): mini

Canibalismo Sexual: Explicando o Sexo Selvagem

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As fêmeas de algumas espécies de aranhas e outros animais se alimentam dos machos após o coito. Quais serão as vantagens desse canibalismo sexual? Em sua coluna de abril na Ciência Hoje On-Line, o biólogo Jerry Carvalho Borges discute esse curioso fenômeno biológico e explica as razões científicas do sexo selvagem. O hábito bizarro das fêmeas do louva-a-deus e da aranha viúva-negra de se alimentar dos machos durante a cópula é bastante conhecido. Recentemente a ciência tem procurado compreender mais profundamente essa forma extrema de canibalismo que pode ter efeitos significativos sobre o tamanho e a proporção entre machos e fêmeas das populações afetadas. O canibalismo sexual ocorre quando a fêmeas matam e se alimentam dos machos de sua espécie antes, durante ou após a cópula. Essa forma de predação intraespecífica é um evento raro, descrito apenas em alguns crustáceos, moluscos, insetos e em aranhas e escorpiões, em que ele é bastante comum. Apesar de o canibalismo sexual ser descri

Caramujo Pode Disseminar Doenças

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O caramujo-gigante-africano infectado por Angiostrongylus pode contribuir para a disseminação de duas doenças causadas por esse verme: a angiostrongilíase abdominal e a meningoencefalite eosinofílica . A comprovação foi obtida a partir de estudo feito em parceria entre a Universidade Estadual Paulista (Unesp-São Vicente) e o Centro de Pesquisas René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz, em Belo Horizonte (MG). A partir de estudos anteriores, os cientistas acreditavam que o Achatina fulica , nome científico do caramujo-gigante-africano, poderia ser contaminado pelo nematódeo Angiostrongylus apenas em laboratório. Entretanto, a bióloga Iracy Léa Pecora, da Unesp, analisou uma amostra de três mil animais, coletados em São Vicente (SP), e constatou que aproximadamente 10% estavam infectados pelo verme. “A quantidade ainda é baixa, mas indica que os caramujos podem estar naturalmente infectados”, diz. O Achatina fulica é um dos hospedeiros intermediários do Angiostrongylus , que, na forma