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Mostrando postagens de maio, 2010

Cresce o Número de Professores Leigos no Brasil

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O número de “professores leigos” no Brasil – que só concluíram o ensino fundamental ou o ensino médio regular – aumentou em todas as etapas da educação básica. Dados do Censo Escolar 2009 mostram que 152.454 profissionais dão aulas sem a formação adequada para alunos matriculados em creches, pré-escolas, ensino fundamental e até ensino médio nas cinco regiões do País. Eles representam apenas 7,7% dos docentes que atuam hoje nas escolas brasileiras. O total é de 1.977.978. Mas, para os especialistas, as estatísticas são chocantes, porque, após a chamada “Década da Educação” iniciada com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação em 1996, a quantidade de profissionais sem qualificação necessária para dar aulas não diminuiu e, sim, cresceu. Em 2007, eles eram 6,3% do total de professores da educação básica. O primeiro censo realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para traçar o perfil desses docentes, divulgado no ano pass

Voo Ameaçado

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O maçarico-acanelado ( Ryngites subruficollis ), que habita a região do Acre, é uma das espécies ameaçadas de extinção (foto: Joaquim Aldabe). Uma área equivalente a 11% do território nacional precisa ser preservada para que mais de cem espécies de aves ameaçadas continuem existindo. A conclusão é de um mapeamento inédito realizado por mais de 60 pesquisadores em todo o Brasil. O mapeamento apontou as áreas do país que devem ser protegidas para evitar a extinção das aves. “O trabalho ajudou na criação de reservas e na implantação de políticas públicas para a conservação de várias espécies”, diz o biólogo Pedro Develey , diretor de conservação da Sociedade para a Conservação das Aves no Brasil (Save Brasil) , entidade responsável pelo estudo. Realizado em parceria com a BirdLife , o mapeamento foi dividido em duas partes e contou com o trabalho de ornitólogos e biólogos. Eles analisaram 450 áreas e cerca de 700 espécies. “A primeira parte ficou pronta em 2006 e contemplou os 15 estad

O Que É Doença Celíaca?

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É uma intolerância permanente, isto é, por toda a vida, ao glúten . O glúten é uma proteína que está presente nos seguintes alimentos: trigo, aveia, centeio, cevada e malte. A doença celíaca ocorre em pessoas com tendência genética à doença. Geralmente aparece na infância, nas crianças com idade entre 1 e 3 anos, mas pode surgir em qualquer idade, inclusive nas pessoas adultas. Quais são os sinais mais comuns da doença? Podem variar de pessoa a pessoa, porém os mais comuns são: Diarréia crônica (que dura mais do que 30 dias) Prisão de ventre; Anemia; Falta de apetite; Vômitos; Emagrecimento; Atraso no crescimento; Humor alterado: irritabilidade ou desânimo; Distensão abdominal (barriga inchada); Dor abdominal; Perda de peso ou pouco ganho de peso; Osteoporose. Como a doença celíaca é diagnosticada? Os exames de sangue são muito utilizados na detecção da doença celíaca. Os exames do anticorpo anti-transglutaminase tecidular (AAT) e do anticorpo anti-endomísio (AAE) são altamente pr

Células-Tronco de Cordão Umbilical

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Nos últimos 5 anos, o Brasil registrou um crescimento extraordinário no número de bancos para o armazenamento de sangue do cordão umbilical. Riquíssimo em células-tronco, aquelas com capacidade de formar vários tecidos e órgãos do corpo humano, o sangue do cordão umbilical pode ser congelado em galões de nitrogênio líquido a 196 graus negativos para serem usados posteriormente. Na verdade, sangue extraído do cordão umbilical é rico em um tipo de células-tronco, as hematopoiética s, ou seja, aquelas capazes de originar somente células sangüíneas. De cerca de 500.000 células-tronco encontradas em 100 milímetros de sangue do cordão umbilical, apenas 0,1 % pertence ao grupo das mesenquimai s, que têm potencial para originar células de gordura, músculo, cartilagem e ossos. "Trata-se de um volume extremamente reduzido para surtir algum efeito terapêutico", disse a geneticista Mayana Zatz ,da Universidade de São Paulo, à Revista Veja ( edição de 4/11/2009). Não bastasse a pequena q

A Educação Pela Pedra

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Considerando os percalços que existem para a solução do problema educacional brasileiro, a falta de investimentos reais na educação, a falta de  valorização dos profissionais de ensino, o resgate da figura do professor-educador, a demagogia dos discursos políticos quando o assunto é educação e toda uma gama histórica de justificativas para não se levar a sério o desenvolvimento do país a partir das melhorias no ensino, nada mais conveniente do que recordar algumas lições importantes neste sentido. Primeiro, vou reproduzir  um trecho da obra de Martin Heidegger ( Qu'apelle-t-on penser? ) intitulado aqui como "Entre o Ensinar e o Aprender". Vejamos. "É bem sabido que ensinar é ainda mais difícil que aprender. Mas raramente se pensa nisso. Por que será que ensinar é mais difícil que aprender? Não porque o mestre precisa possuir um maior acervo de conhecimento e tê-los, sempre, à disposição do aluno. Ensinar é mais difícil do que aprender, porque ensinar significa 

Ciência Para Interpretar o Coração

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Uma das telas do programa ECGLab, que ajuda a interpretar sinais do eletrocardiograma: módulo para análise tempo-frequencial do sinal de variabilidade da frequência cardíaca (imagem: reprodução) . Em tempos em que estudos interdisciplinares ganham cada vez mais importância, a engenharia se une à medicina para desenvolver novas ferramentas que ajudem a entender o corpo humano. Um dos frutos dessa união de forças é o ECGLab , software que auxilia cardiologistas a interpretar sinais do eletrocardiograma e permite analisar a influência do sistema nervoso sobre o funcionamento do coração.O programa, desenvolvido durante o mestrado pelo engenheiro e professor da Universidade de Brasília (UnB) João Luiz Carvalho, funciona por meio de um computador conectado a um eletrocardiógrafo digital (aparelho utilizado em eletrocardiogramas). O ECGLab conta com seis módulos de análise complementares e interfaces gráficas que prometem dar mais rapidez e precisão aos diagnósticos médicos. O projeto foi

A Genética e a Ancestralidade do Brasileiro

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O médico-geneticista Dr. Sérgio Danilo Pena possui um grupo de pesquisa na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que tem se dedicado a estudar o povo brasileiro em sua formação e estrutura. Como no Brasil somos produto da intensa mistura de 3 raízes ancestrais - ameríndia, européia e africana - a nossa gente tem um dos maiores níveis de variabilidade genética do planeta. Dois pontos principais resumem os resultados dos estudos sobre a ancestralidade do brasileiro: primeiro, o nível de mistura gênica do povo brasileiro é muito maior do que anteriormente imaginado; segundo, a correlação entre cor e ancestralidade no brasileiro é tênue, ou seja, em nível individual é praticamente impossível inferir a ancestralidade genômica de um brasileiro a partir de sua cor. A partir daí, vejamos as conclusões principais destes estudos. Conclusão 1: independentemente da cor da sua pele, a vasta maioria dos brasileiros tem um grau significativo de ancestralidade africana. Conclusão 2: indep

Cuidados com a Próstata

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Atualmente, o câncer de próstata já é o terceiro tumor malígno mais diagnosticado no Brasil e o quinto que mais leva ao óbito. Segundo os dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) , durante o ano em curso serão diagnosticados 14.830 pacientes e ocorrerão 6.850 mortes devidas ao câncer de próstata. Estas estatísticas, que indicam a elevada prevalência do câncer de próstata, justificam os programas de rastreamento da doença em homens assintomáticos de modo a oferecer um melhor prognóstico dos casos identificados precocemente. Sob o ponto de vista clínico, os tumores podem ser identificados em fases iniciais por meio do toque digital, dosagem do PSA sanguíneo e pelo ultra-som transretal da próstata. O exame de ultra-som não deve ser realizado rotineiramente, mas apenas nos casos duvidosos ou para orientar a realização de biópsia transretal quando parâmetros anteriores estiverem alterados. Na suspeita de câncer de próstata , é sempre recomendável proceder a biópsia prostática dirigida

Crack Não É Droga, É Uma Arma Química

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Quem ouve a Rádio Band News Fluminense FM 94,9 Mhz diariamente pelas manhãs já deve ter ouvido alguma vez o jornalista Ricardo Boechat proferir a seguinte frase, quando o assunto é consumo ou tráfico de drogas: "O crack não é uma droga como uma outra qualquer, minha gente; ela é uma arma química" . De fato, analisando a dimensão dos estragos que o uso desta substância vem causando país afora, as autoridades não deveriam tratar o problema do crack apenas do ponto de vista policial. É preciso se levar em conta os enormes prejuízos sociais advindos do consumo de pedras de crack nas grandes cidades. Em agosto de 2009, postei aqui no Biorritmo, sob o título de "Crack: Pedras que levam para o fundo do poço" , uma reportagem interessante sobre os efeitos desta droga no organismo dos usuários e as dimensões sociais do problema. Devido à expansão desta droga nas grandes cidades brasileiras e os seus reflexos na sociedade brasileira, volto ao tema. Parece que se o Bra

Quem Estuda Mais Ganha Cada Vez Menos

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Levantamento feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que enquanto a renda média do trabalho no país subiu 7,59% entre 2002 e 2008, o ganho dos trabalhadores com mais de 9 anos de estudo sofreu queda nesse período. O trabalhador com 9 a 11 anos de escolaridade teve uma redução de 5,09% no seu ganho nesses 6 anos. Para aqueles com mais de 11 anos de estudo, a queda chegou a 12,76%. No mesmo período, na renda auferida pelos trabalhadores com apenas 4 anos de estudo houve um aumento de 12,39%, quase o dobro da renda média nacional. Entre 5 e 8 anos, o ganho no período foi de 7,82%. Diante da constatação, o Ipea sugere estudos mais aprofundados sobre oferta e demanda de mão de obra no país, para conhecer as reais causas da queda nos rendimentos dos trabalhadores com mais estudos. O instituto diz que, de 2004 para cá, a situação está se revertendo, mas ainda é insuficiente para recuperar perdas. O estudo do Ipea mostra ainda que, no período em análise, negros e mul

É Tristeza ou Depressão?

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Ficar triste é normal na vida de qualquer ser humano. Quando se perde uma pessoa amada, quando se tira uma nota baixa ou mesmo nas frustrações do dia-a-dia bate aquele baixo astral e aí a vontade de fazer coisas que a gente gosta simplesmente desaparece. Essa melancolia às vezes dura dias, semanas ou até meses. E aí bate aquela dúvida: será que eu estou com depressão? A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), caracteriza a depressão como uma doença que envolve o corpo, o humor e os pensamentos. Ela afeta a maneira de a pessoa se alimentar e dormir, como ela se sente em relação a si própria e como pensa sobre as coisas. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 15 milhões de brasileiros sofrem com a depressão. Na adolescência é ainda mais difícil diagnosticar a doença. Os distúrbios depressivos quase sempre são confundidos com a rebeldia e as alterações de humor comuns dessa faixa etária. A psicóloga Catarina M Theophilo explica como a depressão é diagnosticada nos adolesce

Biopirataria

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O acesso ao patrimônio genético é uma questão muito delicada. Normatizada pela Medida Provisória 2.186/2001 (MP 2.186/2001), a coleta de espécimen na natureza está sujeita ao consentimento prévio dos órgão competentes do Ministério do Meio Ambiente. Isto quer dizer que toda empresa ou organização  que quiser fazer pesquisa utilizando planta ou animal da biodiversidade brasileira deve, antes pedir autorização do governo. A MP 2.186 entrou em vigor para frear a prática da biopirataria no país, já que não havia na ocasião um marco regulatório para tratar do tema.  Ela foi criada para regular o acesso aos recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados (nome pomposo para denominar a sabedoria de povos como índios, erveiros, quilombolas, etc). Baseou-se em vários decretos anteriores e no código florestal, código de caça e pesca, e código de água do primeiro governo de Getúlio Vargas, na década de 1930. Embora seja encarada como lei, tramita no Congresso há anos sem aprovaçã

Conhecendo o Vírus HPV

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Nos dias de hoje são  conhecidos mais de 100 tipos diferentes do papilomavírus humano (HPV), sendo que aproximadamente 30 possuem tropismo pelo epitélio escamoso do trato genital inferior. Os tipos virais 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 70, 72, 81 e CP6108 são considerados de baixo risco para o desenvolvimento de câncer cervical, sendo relacionados com lesões benignas ( verrugas planas ou elevadas e neoplasia intraepitelial cervical ou NIC). Os tipos de médio e alto riscos incluem: 16,18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 59, 68, 73 e 82, e são relacionados a lesões de alto grau (NICs II e III) e câncer. Entre estes, os tipos 16 e 18 parecem possuir um potencial carcinogênico maior em relação aos demais vírus. Atualmente, os tipos 26, 53 e 66 também são considerados de alto risco em potencial. Além disso, muitas vezes podem ocorrer infecções por múltiplos tipos de HPV. A infecção persistente por tipos oncogênicos do HPV  tem sido descrita como principal fator causal  para o desenvolvimento

A Educação Muda o Cérebro?

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Nos últimos dez anos, uma profunda transformação conceitual ocorreu na neurociência: caiu por terra a ideia de que o nosso cérebro é todo formado durante a vida embrionária, nada mais restando após o nascimento senão aproveitar as nossas capacidades congênitas para aprimorá-las. Essa concepção conservadora do cérebro como um órgão rígido, pré-formado sob estrita ordenação genética, agride o senso comum, mas possivelmente se cristalizou no século 20 pela grande influência de Santiago Ramón y Cajal (1832-1934), pesquisador espanhol que estabeleceu a doutrina do neurônio como unidade básica do sistema nervoso. Cajal analisou ao microscópio – e revelou ao mundo por meio de belíssimas ilustrações a bico de pena que ele mesmo fazia –¬ milhares de neurônios de variadas formas, e centenas de circuitos neurais de diferentes composições, em cérebros de diversas espécies de animais, inclusive humanos. Dotado de forte espírito imaginativo, Cajal viu além das formas que desenhou, propondo mecanismo