A Armadilha do Ensino a Distância

O ensino a distância tem crescido acima de 100% nos últimos anos no Brasil. Entretanto, apesar dos avanços no setor, esse tipo de educação ainda apresenta deficiências. A modalidade de ensino a distância  não é algo novo e, em todos os seus formatos, exclui a relação humana. Na década de 1970, existiam cursos, principalmente profissionalizantes, através de revistas pelo sistema de apostilas. Depois vieram os telecursos, nos quais  se tinha um televisor e não um professor. Isso prejudica a qualidade do ensino. Que certeza o professor terá de que um trabalho foi feito, de fato, pelo aluno? Quando se tem o contato direto com o aluno, o professor pode conhecê-lo melhor e saber de seus limites e capacidades.
O ensino a distância, mais do que a exposição circunstanciada feita pela palavra falada ou escrita de um projeto futuro, é realidade em várias faculdades e universidades do país, que começam a colocar em prática uma modalidade de ensino autorizada pelo Ministério da Educação (MEC): ministrar as aulas a distância em até 20% da carga horária dos cursos regulares de graduação. Não é possível enumerar quantas faculdades usam o método, já que o MEC não precisa fornecer uma autorização especial para elas.
A permissão é válida para todos os cursos de nível superior, desde que alguns critérios sejam obedecidos. As avaliações das disciplinas têm de ser presenciais, o conteúdo deve contar com uma pedagogia voltada à internet, é obrigatória a presença de um preceptor e de encontros constantes. Garantido isso, alunos e educadores devem adaptar-se a uma inserção da tecnologia em cursos em que, até então, o computador era apoio para atividades extracurriculares
O ensino a distância na pós-graduação é positivo, mas na graduação é extremamente negativo, diz Mario Angelo Tavares de Souza, mestre em Sistema de Informações. É um tipo de curso para quem tem maturudade e, acima de tudo, disciplina. No curso presencial, muitas vezes o aluno já não tem disciplina . Imagine um aluno chegando em casa depois de um dia de trabalho, cansado, tendo a opção de sair com os amigos ou namorar. Ele não se preocupará em estudar. Se já era difícil manter a motivação dos alunos em aulas presenciais, muito mais difícil será na proposta virtual ou encontrar novas estratégias pedagógicas.
No ensino virtual, o professor está mais distante, normalmente só acessível por e-mail, que é frio, não imediato, ou por telefonema eventual, que, embora mais direto, num curso a distãncia acabará encarecendo o custo final. Outro problema a ser pensado é que as escolas  estão partindo do princípio de que todas estão incluídos na era digital. Este é equívoco muito grande. As pesquisasrecentes mostram que a maioria absoluta das pessoas não têm um computador em casa; a oportunidade de usá-lo está na própria escola. Se o aluno precisa ir á escola usar o computador, por que não pode ter um professor para dar orientações?

* Postagem elaborado a partir do artigo homônimo de Mario Angelo Tavares de Souza para a Revista Pátio, ediçao de fevereiro/ abril de 2009

Comentários

  1. o ensino a distancia é uma conquista de quem trabalha e muito por esse país e não tinha oportunidade,no ensino a distancia,só conclui o curso quem realmente estudar,portanto esse seu comentário é um retrocesso,discriminatório e senm conhecimento do assunto!

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