Insetos que Denunciam Crimes de Morte

Não só de alta tecnologia vive a ciência forense. Os peritos criminais também contam com técnicas seculares como a entomologia, o estudo dos insetos. Esses animais invertebrados são verdadeiras testemunhas na resolução de crimes de morte. Logo depois de morto, um corpo atrai todo tipo de insetos que se alimentam de matéria em decomposição. As primeiras a chegar são as moscas, que depositam ovos,dos quais saem larvas. Passadas 72 horas, a necropsia já não é eficaz para determinar a hora da morte e a análise do desenvolvimento desses insetos é a melhor opção.
“As larvas funcionam como um relógio biológico”, explica o entomólogo Leonardo Gomes, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA). “Levando em conta a fisiologia do animal e alguns aspectos do ambiente, como a temperatura, podemos saber quanto tempo foi preciso para que ele chegasse à fase de desenvolvimento de quando foi coletado. ”
Os insetos também podem revelar a causa e algumas circunstâncias da morte. Se a vítima foi envenenada ou usou drogas antes de morrer, essas substâncias são encontradas nas larvas que se alimentam do cadáver. Já o tipo de insetos encontrado pode mostrar se o corpo foi movido de local. “Caso uma pessoa seja assassinada na cidade e seu cadáver levado para uma região rural para despistar a polícia, saberemos, pois o corpo leva consigo ovos, larvas e insetos característicos do local de origem”, explica Janyra Oliveira da Costa, perita responsável pelo Laboratório de Entomologia Forense do Instituto de Criminalística do Rio de Janeiro.
Os insetos podem até apontar a identidade do criminoso. Para conseguir essa informação preciosa, os peritos têm recorrido à genética. O primeiro caso em que essa técnica foi usada se deu em 2005, quando cientistas italianos extraíram o sangue de uma vítima do estômago de um mosquito encontrado na casa do seu assassino. O corpo da mulher foi achado em uma praia na Sicília e os investigadores desconfiaram de um empresário que tinha sido visto de carro na região. O homem jurou não ter estado com a mulher, mas os peritos encontraram em sua casa o inseto que guardava o DNA da vítima. A espécie de mosquito não era capaz de viajar longas distâncias, como da casa do homem até a praia, e ficou provado que o empresário mentia.
Fonte: Revista Ciência Hoje nº 281.Trecho retirado do artigo "À Caça de Evidências"

Comentários

  1. Parabéns pelo post e pelo blog, um mais interessante que outro!

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  2. Prezado Prof. Antonio, bom dia!

    Muito interessante seu blog, conteúdo super inteligente.

    Acesse o nosso blog: http://dinolitebrasil.blogspot.com/2012/03/bem-vindo-ao-mundo-encantado-dos.html

    Esse post acima trata de um assunto que se enquadra em seu blog.

    Muito obrigada!

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  3. Interessante! No entanto eu sugeriria duas coisas: 1) a foto das larvas no topo veio de besouros de trigo, muito comuns, Tenebrio molitor. Ou seja, insetos que nada tem a ver com criminologia. 2) Evitar usar materias com o nome do Dr. Gomes, que teve diversos artigos cassados por fraude, vide o blogue internacional Retraction Watch. Melhor evitar espalhar algum fato incoerente... Parabens!

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