Ovos de Insetos


Coloridos e adaptáveis, os ovos dos insetos parecem pequenas jóias. Os ovos amarelos da grande borboleta branca (foto) são colocados em aglomerados por baixo de folhas de couves-de-bruxelas e de repolhos.


Os insetos desenvolveram ovos rígidos e, com eles, um apêndice específico, um ovipositor, que alguns usam para depositar seus ovos nos interstícios da terra. Basta virar uma pedra para encontrá-los. Levante um pedaço de madeira e lá estão eles. Enquanto as aves se empenham na procura de locais para seus ninhos, os insetos desenvolveram a capacidade de transformar qualquer coisa - madeira, folhas, sujeira, água e até corpos (especialmente corpos) - em viveiro para seus filhotes. Se há uma única característica responsável pela diversidade e pelo êxito dos insetos, trata-se do fato de que podem abandonar seus filhotes em qualquer lugar e, mesmo assim, eles sobrevivem - e isso se deve a esses ovos.
Os ovos de insetos começaram de maneira singela, macios e redondos, mas, ao longo de 300 milhões de anos, acabaram se diversificando tanto quanto os diferentes ambientes em que reinam. Quando topamos com eles, à primeira vista podemos não ter ideia do que temos diante dos olhos. Os formatos são dotados de ornamentos e aparatos. Alguns se deixam levar pelo vento ou aderem ao dorso das moscas. Eles são tão coloridos quanto pedras semipreciosas. Espinhas, manchas, hélices e listras são comuns. Mais que a biologia, o desenho deles sugere a obra de um artista obsessivo em meio a formas minúsculas. São trilhões de obras magistrais da seleção natural, e no interior de cada uma delas há um animal esperando um sinal para sair pelo mundo.
O funcionamento básico, contudo, é o mesmo de qualquer ovo animal. O óvulo desenvolve a casca quando ainda está no corpo da mãe. O espermatozoide precisa achar e penetrar por uma abertura, a micrópila, numa das extremidades do óvulo. O espermatozoide espera no interior da fêmea por essa chance, às vezes durante anos. Um único espermatozoide, exausto mas vitorioso, fertiliza cada óvulo, e dessa união resultam os primórdios indiferençados de um animal no interior de uma membrana similar a um útero. Ali adquirem formato os olhos, a antena, o aparelho bucal e todo o resto. Durante esse processo, a criatura respira através dos aerópilos do ovo, pelos quais penetra o oxigênio e é eliminado o dióxido de carbono. Que tudo isso aconteça em uma estrutura do tamanho de um grão de açúcar mascavo é algo extraordinário e inacreditável. Essa é, no fim das contas, a mesma maneira pela qual começou a vida da maioria dos animais que habitam ou já habitaram o planeta.
Vespas e mosquitos parasitoides usam seus compridos ovipositores para introduzir seus ovos no corpo e nos ovos de outros insetos. Cerca de um décimo de todas as espécies de insetos é parasitoide. Esse é um modo de vida bem-sucedido, ameaçado apenas pela existência de espécies hiperparasitoides, que põem seus ovos no interior do corpo dos parasitoides que já estão dentro do corpo ou dos ovos de seus hospedeiros.
Fonte: National Geographic

Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Qual foi a dia da publicação na revista?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Prezado, Murilo. Agradeço por prestigiar o blogue Biorritmo. Como esta postagem é de 2012, neste ano ainda não estava disponível o recurso do link no Blogger. Te aconselho a fazer uma busca no site da National Geographic usando as palavras do texto como chaves.

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

A Mariposa da Morte

Ilustrações da Mitose

Saiba Mais Sobre a Vitória-Régia