Rutilismo: Por que Existem Ruivos?
O rutilismo está principalmente associado a mutações no receptor de melanocortina 1 (MC1R) que resultam em uma maior proporção de síntese da variante da melanina, conhecida como feomelanina.
Rutilismo é uma característica genética responsável pela ocorrências de cabelos ruivos, ou seja, pêlos e/ou cabelos de coloração vermelha ou avermelhada (laranja, dourado e tons afins). A presença de cabelos ruivos ocorre em aproximadamente 1–2% da população humana. Ocorre mais frequentemente (2–6%) em pessoas cujos ancestrais são oriundos do norte ou oeste europeu e menos frequentemente em outras populações.
Em 1997 descobriu-se a bioquímica dos cabelos ruivos, demonstrando-se que estes se associam ao receptor da melanocortina-1 e componentes de ferro. Acredita-se que o gene recessivo associado teria uma antiguidade. Todos os ruivos apresentam variantes na região MC1R do cromossomo 16.
Lendo a postagem de Rodrigo Véras no site Evolucionismo.org , cujo título era "A evolução em tons de vermelho: Uma história da feomelanina" foi onde eu aprendi alguma coisa sobre rutilismo, termo que até então ignorava. De acordo com Rodrigo Véras " o rutilismo está principalmente associado a mutações no receptor de melanocortina 1 (MC1R) que resultam em uma maior proporção de síntese da variante da melanina, conhecida como feomelanina. Este pigmento alaranjado-avermelhado e infelizmente não só não é uma boa barreira contra a radiação UV (como é o seu 'primo químico' castanho escuro a eumelanina), como os produtos da fotodegradação da feomelanina são genotóxicos e, portanto, potencialmente carcinogênicos. Isso leva a pergunta: Por que os ruivos existem?
PZ Myers, em seu blog Pharyngula, discute algumas possibilidades que podem explicar a existência de pessoas com cabelos em tons alaranjados, pele clara cheia de sardas, resistente ao bronzeamento e que tende a ficar bem avermelhada com a exposição ao sol, mesmo que existam tantas desvantagens nessas características:
Em primeiro lugar não devemos assumir simplesmente que por que uma característica é danosa ela será automaticamente eliminada pela seleção natural. Pelo jeito, apesar de algumas desvantagens, ser ruivo não é tão ruim assim de um ponto de vista da sobrevivência e reprodução. O fato é que a seleção natural age de acordo com as vantagens relativas que podem ser limitadas pelas características do sistema de herança, a forma como a população me questão é estruturada e principalmente pelo tamanho da mesma; neste caso a deriva genética e outros processos estocásticos (como o 'efeito carona' de uma mutação vantajosa nos alelos neutros ou ligeiramente deletérios, que estão nas proximidades cromossômicas do gene vantajoso) podem ser a causa da prevalência de uma característica como essa. Porém, esta parece ser só parte da história pois a via de síntese da feomelanina é largamente distribuída entre os vertebrados e é provável que ela traga vantagens intrínsecas e, quem sabe, eventualmente possam fazer com que os ruivos em nossa espécie sejam reprodutivamente mais bem sucedidos em algumas situações.
A seleção sexual é um desses fatores que podem explicar as vantagens do excesso de produção de feomelanina. Em aves, por exemplo, a feomelanina é usada como um marcador para o sexo e faz parte dos complicados sistemas de exibição e corte que muitos desses animais se envolvem com seus potenciais parceiros. Talvez algo semelhante tenha ocorrido em nossa espécie e os cabelos avermelhados e a pele sardenta tenham tido esse efeito, algo que me parece ter um forte apelo intuitivo, pois além de chamativo as características típicas dos ruivos e ruivas podem ser bastante atraentes para muitas pessoas.
Existe uma outra ideia, entretanto, também bem especulativa e sem evidências diretas em seu favor, mas bem interessante. Ela vem da observação que a via de síntese para a feomelanina tem como uma de suas desvantagens a utilização de uma molécula importante para outras vias metabólicas, como as associadas ao aminoácido cisteína. Isso acontece por que para que a feomelanina seja formada é preciso de glutationa reduzida (GSH). Porém existem certas condições em que a cisteína se acumula demais e como resultado pode ter efeitos bioquímicos danosos, inclusive com os níveis altos de cisteína estando correlacionados com doenças como artrite reumatóide, lupus eritematoso sistêmico, doenças de Parkinson e de Alzheimer, além de várias doenças cardiovasculares."
Olá professor,
ResponderExcluirÉ possível que um indivíduo com rutilismo como característica genética por ter uma mutação no MC1R do cromossomo 16 ativar um gene portador de uma doença rara que esteve em recesso a gerações da sua família? É possível o rutilismo ativar outro gene em homólogo? E o indivíduo além de ser ruivo ainda ter uma doença genética rara? Dois raros acontecimentos genéticos em uma pessoa?
Olá professor,
ResponderExcluirÉ possível que um indivíduo com rutilismo como característica genética por ter uma mutação no MC1R do cromossomo 16 ativar um gene portador de uma doença rara que esteve em recesso a gerações da sua família? É possível o rutilismo ativar outro gene em homólogo? E o indivíduo além de ser ruivo ainda ter uma doença genética rara? Dois raros acontecimentos genéticos em uma pessoa?
Claro que o risco de doenças raras é iminente.
ResponderExcluir