Um Monstro Para Fundamentar o Criacionismo

Escolas fundamentalistas de Louisiana (E.U.A) estão usando o imaginário do monstro do Lago Ness como real para refutar as idéias evolucionistas. Nessie é usado nos materiais de ensino como prova de que a teoria de Darwin é falsa


Uma editora de material didático dos EUA está distribuindo um livro de biologia que diz que o Monstro do Lago Ness é uma prova de que a evolução é uma fraude.  Estudantes de escolas fundamentalistas do estado da Louisiana estão aprendendo que o monstro de Loch Ness na Escócia é real,  numa tentativa dos educadores religiosos para refutar a teoria da evolução de Darwin. Fiquei sabendo desse fato lendo a postagem "Lago Ness, criacionismo e o futuro que nos aguarda" no blog de Carlos Orsi, de onde retirei alguns trechos. 
Milhares de crianças no sul do estado vão receber financiamentos de fundos públicos para o próximo ano letivo para frequentarem escolas particulares, onde o monstro mitológico mais famoso da Escócia será ensinado como uma criatura viva e real. Estas escolas privadas seguem um currículo fundamentalista, incluindo o  programa Educação Cristã Acelerada ( Accelerated Christian Education ou ACE, sigla em inglês) que foi elaborado com a finalidade de ensinar controversas crenças religiosas que visam desmentir a evolução e provar o criacionismo. Em princípio, os ensinamentos desse programa querem provar que os dinossauros caminharam sobre a Terra na mesma época que o homem, mostrando que o darwinismo é uma teoria fatalmente defeituosa.
"A ideia geral que os criacionistas parecem querer usar é a de que, se houvesse provas de que dinossauros e seres humanos coexistiram, então o registro fóssil, como é interpretado hoje, não seria digno de confiança -- e não seria mesmo", diz Carlos Orsi em seu blog.  " O argumento só funciona caso haja provas de que seres humanos viviam na época dos dinossauros, isto é, antes de a espécie humana ter tido tempo de evoluir, segundo a cronologia ortodoxa. A eventual sobrevivência de dinossauros até os dias atuais não contradiz em nada a teoria da evolução.", diz Orsi.
 Outras informações que eu retirei do blog de Carlos Orsi: "Em 2003, foi descoberta, na margem do lago, a vértebra fossilizada de um plessiossauro. O problema é que o fóssil estava incrustado em rochas de um tipo que não existe na região, sugerindo que algum espertinho o carregara até lá. E, em 2005, um pedaço de chifre de alce foi apresentado como um "dente" do monstro."
"O que finalmente cimentou a imagem popular de Nessie como um sáurio aquático -- imagem que inspirou a fraude de 2003 -- foi a chamada "foto do cirurgião", feita pelo ginecologista Robert Wilson em abril de 1934. Em seu livro The Loch Ness Mystery Solved, publicado em 1984 e geralmente considerado a melhor fonte sobre a "criatura", Ronald Binns escreve que um dos filhos de Wilson disse, anos mais tarde, que a foto tinha sido uma fraude. Em 1994, dois pesquisadores relataram que a fraude havia sido orquestrada por Christopher Spaulding e Marmaduke Wetherell, com o Dr. Wilson atuando de fotógrafo. O "monstro" é, na verdade, um submarino de brinquedo com uma cabeça de massa de modelar".
"Finalmente, em 2003, a BBC realizou uma varredura de todo o volume do lago com sonar, e não encontrou nenhum sinal de um grande animal vivendo ali. No mesmo ano, o maratonista e ex-jogador de futebol inglês Lloyd Scott percorreu a extensão do leito do lago a pé, usando um escafandro -- num percurso de 12 dias-- e não encontrou nada de monstro."
Os críticos têm condenado o conteúdo dos livros didáticos, chamando-os de "bizarra" e acusando-os de promover ideologias religiosas e políticas radicais. O pesquisador e escritor Bruce Wilson, de Boston,  especialista em direito político religioso americano, compara o currículo destas escolas com o ensino fundamentalista islâmico. Wilson acredita que este tipo de ensino está acontecendo em pelo menos 13 estados norte-americanos.
Veja como ficou esta postagem na página do site Evolucionismo.org

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