"A Ameba Comedora de Cérebro"

A ameba Naegleria fowleri vive em águas mornas recreacionais e causa uma infecção severa no cérebro das pessoas infectadas levando-as rapidamente à morte

Parece até título de filme de terror classe B, mas não é. Essa ameba existe e não é de agora. A Naegleria fowleri, o protozoário causador da doença conhecida como Meningoencefalite Amebiana Primária (MAP), possui cerca 1,2 bilhão de anos e habita entre nós. E a  doença que ela causa leva de 10 a 12 dias para matar uma pessoa. A infecção provocado no organismo por essa ameba é tão grave que não há tempo, sequer, para fazer um diagnóstico.

A poderosa ameba, que faz parte de uma classe de amebas de vida livre, vive em locais que frequentamos regularmente, as águas mornas recreacionais. Sim: piscinas não cloradas ou pouco cloradas, águas de rios, lagos, represas e, até mesmo, caixas d´água são o habitat da Naegleria, que entra no organismo através da mucosa nasal, indo, finalmente, até o sistema nervoso central e matando o hospedeiro. Não há risco de contaminação por beber água, afirmam os especialistas. De acordo com os  Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, foram registrados 128 casos desde 1962 nos país.
Mas, embora os dados escassos sobre a doença no Brasil não permitam tirar conclusões sobre a parasitose, o número de infectados nos EUA, por exemplo, não chega a oito por ano.
Porém, mesmo fazendo um pequeno número de vítimas, a incidência de MAP tem aumentado, em virtude do aquecimento global, que deixa as águas mais aquecidas, tornando-as propícias à proliferação da Naegleria. Com sete vítimas da MAP nos EUA, antes mesmo do término do primeiro semestre de 2012, o assunto ganhou maior notoriedade, assim como tem crescido o número de pesquisadores interessados em estudá-la.
Recentemente uma adolescente americana de 12 anos chamada Kali Hardig contraiu a doença, provavelmente em um lago dentro de um parque aquático do Estado de Arkansas onde reside. Sua mãe a levou a um hospital com febre e dor de cabeça e, quando os médicos checaram seu fluido espinal, encontraram a Naegleria fowleri. Segundo Sanjiv Pasala, um dos médicos que atendem Kali, ela foi imediatamente tratada com um antibiótico, um antifúngico e uma droga experimental contra amebas enviada diretamente dos CDC. Normalmente, 99% das pessoas que pegam a doença morrem.
Embora o número de vítimas de Naegleria seja melhor contabilizado nos EUA, a doença causada pela ameba faz vítimas no mundo todo.
Por se tratar de uma doença rara, a fatalidade da MAP é motivo suficiente para estudos mais dedicados e aprofundados. Alguns pesquisadores brasileiros, incluindo os do Instituto de Física São Carlos (IFSC) da USP, já estão fazendo sua parte. Basta que mais esforços sejam despejados para que essa doença passe do "cargo" de mortal para escassa e, com muito otimismo, erradicada.
Fontes: Portal Terra e IFSC

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