Dingo, Cão Selvagem Australiano Em Perigo

Animais de aparência dócil, os dingos australianos puros estão à beira da extinção. Muitos dos animais encontrados na natureza são miscigenados com o cão doméstico. Os dingos são uma subespécie agressiva de lobo cinzento. 

Apesar de sua aparência dócil, os dingos são muito diferentes do cão doméstico. Na verdade, os dingos pertencem à uma subespécie agressiva de lobo cinzento que vive na Austrália. Embora muitas pessoas se sintam tentadas a dar carinho a animais com aparência canina, instintivamente acariciando sua cabeça ou orelhas sem esperar uma reação adversa, as coisas são diferentes com os dingos.

"Embora possam parecer cães e ter quatro patas e abanar a cauda, eles são animais selagens e você precisa respeitar e tratá-los como tais", disse Amanda McDowell, presidente da Associação de Preservação do Dingo Australiano. "Você não pode tratá-los como cães", disse McDowell. "Eles têm uma veia selvagem. Não são bons animais de estimação, não são bons com crianças, não são bons com outros animais. Eles são caçadores", acrescentou.
Apesar de sua ferocidade, o dingo - que segundo evidências fósseis está na Austrália por pelo menos 3.500 anos - pode estar lutando pela própria sobrevivência, e alguns temem que cruzamentos com cães domésticos possa acabar extinguindo a espécie.
McDowell acredita que o fim do animal não pode ser evitado, apenas adiado. "Realmente está à beira da extinção. Muitas pessoas têm a percepção de que há muitos dingos lá fora", declarou à agência AFP. "Mas na verdade, são apenas cães miscigenados, não são dingos puros", acrescentou.
Segundo ela, a situação do animal é "exatamente igual à do lobo-da-austrália" - a misteriosa fera canina mais conhecida como tigre da Tasmânia, cujo último exemplar acredita-se que tenha morrido no zoológico de Hobart, em 1936.
McDowell conduz um programa de reprodução em cativeiro na região montanhosa do oeste de Sydney, selecionando cuidadosamente entre seus 32 animais para reprodução em uma tentativa dedicada a conservar o pool genético do animal para zoológicos e parques ecológicos.
Na falta de testes genéticos em um grande número de animais, é difícil identificar exatamente quantos dingos ainda existem na natureza.
O biólogo conservacionista Mike Letnic, da Universidade de Nova Gales do Sul, diz que o número é discutível, mas que há evidências claras da ocorrência de muita miscigenação perto das grandes cidades desde que os cães domésticos chegaram com os primeiros europeus, em 1788.
"Na costa leste há evidência de muita hibridização com cães e naquelas áreas os dingos estão ameaçados", afirmou.
Letnic acrescentou que os dingos estão "basicamente extintos" em áreas onde há criação de ovinos e cultivo de trigo. "E onde quer que estejam, os dingos são intensamente perseguidos (pelas pessoas)", disse, referindo-se a como o animal é considerado uma praga pelos pecuaristas.
Fonte: Portal G1 (adaptado)

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