Reconhecimento Biométrico: Você É Sua Senha

Em muitas áreas a biometria está alterando processos e a vida das pessoas. A comodidade da identificação biométrica está sendo um alento para a vida atarefada e superconectada de hoje. Porém, apesar de precisa, a identificação biométrica não é 100% infalível

Não tem coisa que eu gosto mais de fazer do que garimpar artigos sobre assuntos científicos na internet. E  numa dessas "garimpagens", me deparei com uma matéria preciosíssima que saiu na edição 495 da Revista Planeta (Março de 2014). O assunto tratado é o reconhecimento biométrico, ou simplesmente, biometria. Segundo a revista, "o uso do reconhecimento biométrico está mudando processos tradicionais e, consequentemente, a vida das pessoas. Mas a biometria também pode engrossar a polêmica sobre os limites da privacidade." Você confia inteiramente na identificação biométrica? Separei alguns trechos da matéria para te deixar bem por dentro do assunto. Veja a seguir.
" Em questão de segundos, dispositivos modernos são capazes de ler as características de partes do nosso corpo, comparar o que veem com a base de dados que possuem, e atestar a identidade das pessoas previamente cadastradas no sistema. Seja pela impressão digital, pela geometria do rosto, pelo desenho da íris, da retina, do traçado das veias, da palma das mãos, do timbre de voz, pelo próprio DNA, pela dinâmica dos movimentos ao assinar um documento ou, simplesmente, por caminhar.
Entrar na academia ou no trabalho, destravar o celular, tirar dinheiro no banco, votar ou atravessar fronteiras entre países vai cada vez mais passar a depender somente do toque dos dedos, de um olhar, do semblante, do tom da voz e do comportamento de cada um. Mas não é apenas por comodidade que governos e mercado buscaram formas mais seguras e certeiras de identificar quem está do outro lado do balcão, do telefone ou do computador. O maior propósito é reduzir as cada vez mais frequentes falsificações e fraudes que os recursos tradicionais não eliminam.

Em muitas áreas a biometria está alterando processos e a vida das pessoas. Vários bancos brasileiros já oferecem leitores de impressão digital nos terminais e caixas automáticos. Os ônibus da cidade de São Paulo vão ganhar leitores digitais em breve, para evitar o uso indevido dos passes mensais e semanais criados pelo prefeito Fernando Haddad. O Estado do Rio de Janeiro convive há oito anos com cédulas de identidade com chip biométrico. O Rio é um parâmetro para os planos federais de um novo Registro de Identidade Civil (RIC) baseado em autenticação biométrica.
Em 2014, mais de 22 milhões de eleitores brasileiros vão votar sem precisar de cédula, graças à tecnologia biométrica. O cadastramento vai continuar até que todos os 141 milhões de eleitores se identifiquem aos mesários unicamente por meio de seu corpo.
Pelo mundo afora, a adoção da biometria se multiplica. O novo Google Glass promete fazer o reconhecimento facial de pessoas em meio à multidão. Num gesto que ainda pretende ser vanguardista, a Apple adotou o reconhecimento de impressão digital no modelo de iPhone 5S, recentemente lançado, tateando o mercado em busca de aceitação para esse mecanismo e abrindo espaço para mais transações financeiras pelo celular. E os demais fabricantes estão seguindo o rastro.
A Índia, onde a maioria da população não possui documentos, aposta em um cadastro único nacional dos cidadãos promovido pela Unique Identification Authority of India, baseado na leitura da íris e das digitais. As duas tecnologias e a topografia da face foram escolhidas também pela nova norma mundial de emissão de passaportes, número 9303, definida pela Organização Internacional de Aviação Civil para controlar a migração em aeroportos. Rússia, China e vários países da União Europeia já começaram a transição para o novo modelo (...)"
" A comodidade da identificação biométrica é um alento para a vida atarefada e superconectada de hoje. Já virou um instrumento para empresas reduzirem golpes, roubos de informação e custos operacionais – proporcionando menos ligações para as centrais de relacionamento de clientes que esqueceram suas senhas, menos despesas de envio de novas senhas e novos cartões. Mas é claro que não é a solução para todos os males.
Para começar, apesar de precisa, a identificação biométrica não é 100% infalível: os falsos positivos e negativos ainda existem e as próteses sempre podem ser melhoradas. “Existe também uma corrente grande de críticos ao uso da biometria que sustentam que o governo não tem o direito à informação do que nossos corpos revelam sobre nós. E uma vez nas mãos do governo, a informação pode ser utilizada para uma grande variedade de propósitos”, diz Alexandre Freire, consultor de segurança da informação e docente do Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).O maior temor é que a tecnologia sirva para vigilância eletrônica em massa. Além disso, as bases de dados governamentais são permeáveis, e essas informações podem chegar às mãos do setor privado."

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