A Extinção dos Idiomas

Pesquisador emprega métodos de pesquisa em ecologia para comprovar que os idiomas em todo o mundo estão desaparecendo mais rapidamente do que espécies animais e vegetais. E aponta o crescimento econômico como a principal causa da extinção das línguas

De acordo com uma pesquisa estatística sobre a diversidade linguística realizada na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, as línguas em todo o mundo estão desaparecendo mais rapidamente do que espécies animais e vegetais. Métodos de pesquisa em ecologia usados para rastrear espécies ameaçadas em extinção foram empregadas no estudo conduzido pelo pesquisador Tatsuya Amano, que indica o crescimento econômico como a principal causa da acelerada eliminação de idiomas. Segundo ele, é como se uma língua morresse a cada duas semanas. 
Amano observa que o anseio de alcançar crescimento econômico pode levar a essa perda, pois línguas dominantes como o mandarim e o inglês são muitas vezes requisitos para a ascendência profissional e educacional.
Embora os dados sobre localização e número de fluentes vivos em línguas ameaçadas sejam escassos, os pesquisadores usaram em suas análises o mais completo repositório on-line sobre o tema , o Ethnologue.
O banco de dados permitiu que o grupo calculasse a distribuição geográfica, o número de falantes e a taxa de queda de falantes para idiomas em todo o mundo. Mas apesar de terem conseguido obter informações sobre o número de falantes de mais de 90% das estimadas 6.909 línguas do globo, os pesquisadores puderam recolher detalhes sobre a taxa de declínio ou crescimento de apenas 9% desses idiomas, ou seja, um total de 649.
A partir disso, procuraram correlações entre perda de língua e fatores como (Produto Interno Bruto (PIB) de um país e seus níveis de globalização. Eles também examinaram características ambientais como a altitude, que muitas vezes dificulta a comunicação e a possibilidade de viajar entre comunidades.
Segundo a pesquisa, de todas as variáveis testadas, o crescimento econômico foi o que mais se relacionou com a perda de línguas e dois tipos de pontos de perda de idioma foram identificados.
Um foi em regiões desenvolvidas economicamente, como o noroeste dos Estados Unidos e o norte da Austrália. Outro foi em regiões em desenvolvimento nos trópicos e o Himalaia. Certos aspectos da geografia pareceram atuar como amortecedor ou ameaça, de acordo com os pesquisadores. Eles afirmam que as perdas recentes parecem ocorrer mais rapidamente sob climas temperados do que nos trópicos ou em regiões montanhosas -possivelmente por ser mais fácil viajar em áreas temperadas e para fora delas.
Fonte: Revista  Língua Portuguesa ( Editora Escala)

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