Itaboraí: Berço dos Mamíferos Extintos do Brasil

A Bacia de Itaboraí (RJ) é o mais antigo registro brasileiro da fauna e flora fóssil de origem continental que se desenvolveu há aproximadamente 60 milhões de anos, após a extinção dos dinossauros. Daí são provenientes  os restos de preguiça gigante (figura), mastodonte e outros representantes da megafauna pré-histórica brasileira.


A Bacia de Itaboraí é o mais antigo registro brasileiro da fauna e flora fóssil de origem continental que se desenvolveu há aproximadamente 60 milhões de anos, após a extinção dos dinossauros. 
A bacia é ricamente fossilífera, tendo sido coletados milhares de fósseis de animais (gastrópodes, mamíferos, aves, répteis e anfíbios) e vegetais. Os gastrópodes e os mamíferos são os fósseis mais abundantes. Os primeiros são comuns no calcário argiloso cinzento que formava o assoalho da bacia, enquanto os mamíferos são predominantes nos sedimentos que preenchiam as fendas que cortavam verticalmente os calcários. Restos de preguiça gigante, mastodonte e tartaruga (mais novos) foram encontrados em pequeno depósito de cascalho ao sul da bacia.
Nos calcários da Bacia de São José de Itaboraí foram descobertos fósseis do Paleoceno e do Pleistoceno (moluscos; sementes, folhas, vertebrados). Marsupiais do Período Terciário (70 milhões de anos) e a preguiça gigante (Eremotherium) do Quaternário (2 milhões de anos) foram descritos na área.
Desta bacia são provenientes uma ampla flora e fauna terrestres sem análogos no território brasileiro. Destacam-se os mamíferos extintos da fauna de grande porte (megafauna) do nosso país como os xenungulatas, edentados e proboscídeos, além de muitos outros.
Durante cerca de 50 anos, a Companhia Nacional de Cimento Portland - CNCP explorou o calcário da Bacia de São José de Itaboraí, produzindo cimento. O estádio do Maracanã e a Ponte Rio - Niterói foram construídos com o cimento produzido a partir do calcário da jazida de São José de Itaboraí.
A história do desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro e, mesmo, do país, não pode ser contada sem a contribuição de São José de Itaboraí. A existência desta jazida propiciou a inauguração da segunda fábrica de cimento do país em nosso Estado. Também, inovou em tecnologia: de sua fábrica saiu o primeiro saco de cimento em papel do Brasil. Até então, todo o cimento era embalado em tonéis de madeira.
Desde 1928, a Bacia Sedimentar de São José de Itaboraí foi objeto de exploração mineral. Durante a lavra da jazida, foram descobertos fósseis e, posteriormente, evidências de ocupação humana muito antiga na região.
Em 1984, a mineração foi paralisada, deixando uma cava com cerca de 70 metros de profundidade. Aos poucos, a água subterrânea e a água da chuva foram preenchendo a área de extração, formando um lago artificial no local. Atualmente, a água desse lago abastece a população da região, através de cooperativa local, a Cooperágua.
A Bacia apresenta, ainda, registros da ocupação humana na região durante o Médio Pleistoceno.
O Parque Paleontológico de Itaboraí é um importante geosítio, o qual além do grande acervo paleontológico, tem importante papel no entendimento da evolução geológica do sudeste brasileiro. Além disso, trata-se da localidade que possibilitou a definição de uma idade denominada Itaboraiense.

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