O Amor Vicia

Vários estudos confirmam que o amor age como uma droga em nosso cérebro, estimulando a produção de dopamina, substância ligada ao sistema de recompensa, que libera sensação de prazer. Quando tudo vai bem, o amor romântico é um vício maravilhoso, dizem os neurofisiologistas, mas quando as coisas não dão certo, os rejeitados passam a agir como viciados em processo de desintoxicação, o que pode ser prejudicial


Cientistas estadunidenses da Universidade de Syracuse já sabiam disso: o amor age em nosso cérebro com se fosse uma droga. Depois de analisar uma vasta literatura sobre o assunto, eles concluíram que o amor vicia tanto quanto cocaína porque estimula a produção de dopamina, substância ligada ao sistema de recompensa, que libera sensação de prazer, fazendo com que a pessoa fique viciada.
Na realidade, quando uma pessoa se diz apaixonada, o seu cérebro já ativou 12 áreas diferentes e liberou 4 substâncias químicas nos primeiros segundos que antecederam a atração: dopamina, ocitocina, adrenalina e vasopressina. 
Uma outra pesquisa americana sugere que altos níveis de paixão em indivíduos que estão no começo de um relacionamento romântico são associados com menor controle cognitivo, fator que interfere na produtividade do indivíduo. Segundo os cientistas, o cérebro concentrado no amor perde o interesse por outros assuntos, impedindo que o recém-apaixonado assimile todas as informações recebidas.
Pior ainda é quando o relacionamento não dá certo. Segundo um estudo conduzido pelo Universidade de Ohio, quando se sentem rejeitadas, as pessoas agem mais por impulso – e avaliam com menos cuidado, por exemplo, um problema de um teste de QI. A perda de autocontrole dos rejeitados contribui para a diminuição do seu QI.
De acordo com os neurofisiologistas, existem grandes semelhanças entre o que sentem pessoas que levaram um fora do amado e viciados em cocaína em processo de desintoxicação. “O amor romântico é um vício”, disse a antropologista Helen E. Fisher, líder da pesquisa. “É um vício maravilhoso quando as coisas estão indo bem, mas um vício tenebroso quando tudo dá errado”. Isso explica porque certas pessoas são capazes de atitudes extremas (como perseguir e até ferir o ex-parceiro) após o término de um relacionamento. 
Mas também há uma notícia boa nessa coisa toda: o estudo confirmou que o tempo cura mesmo as feridas – quanto maior o período desde o término do relacionamento, menor é a atividade registrada nas áreas do cérebro envolvidas nessas atitudes perigosas.

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