Tubarão-da-groenlândia: Um Recordista da Longevidade

Capazes de viver até os 400 anos de idade, o tubarão-da-groenlândia (Somnionus microcephalus) desbancou a baleia-boreal do posto de recordista de longevidade entre os vertebrados. Um estudo publicado esta semana na revista Science aplicou técnicas de datação por carbono-14 para determinar a idade dos tubarões. Os pesquisadores também calcularam que as fêmeas desta espécie atingem a maturidade sexual por volta dos 156 anos

Um novo estudo publicado esta semana na revista Science conseguiu estabelecer finalmente a idade do tubarão-da-groenlândia (Somniosus microcephalus). Considerado o vertebrado com a vida mais longa do planeta, este animal desbancou do primeiro lugar a baleia-boreal ( Balaena mysticetus) que vive cerca de 211 anos. O tubarão ganhou disparado: o peixe cartilaginoso chega a viver 400 anos, um recorde de longevidade entre os vertebrados. 
Durante décadas, a idade desses tubarões tem sido um mistério. Realmente muito pouco se sabe sobre a biologia desta espécie, que vive nas águas frias do Ártico e do Atlântico Norte e pode chegar a 5 metros de comprimento, tornando-se uma das maiores no mundo. No entanto, sabe-se que a sua taxa de crescimento é muito lento: aproximadamente um centímetro por ano, o que sugere que estes peixes desfrutam de longevidade excepcional.
Os métodos tradicionais usados ​​para determinar a idade de um animal são baseadas na análise de tecido calcificado, mas este elemento é escasso em tubarões-da-gronelândia. Por esta razão, uma equipe internacional de pesquisadores liderada pelo biólogo marinho Julius Nielsen, da Universidade de Copenhague (Dinamarca) aplicou técnicas de datação por radiocarbono (carbono-14) acumulados nos olhos de 28 fêmeas capturadas aleatoriamente e, acidentalmente, em redes de arrasto.
O fato de a Groenlândia ter sido palco de uma série de testes de bombas nucleares na década de 1960 facilitou o sucesso da pesquisa. O fluxo de nêutrons térmicos produzido pelas bombas atômicas reagiam com átomos de nitrogênio, formando um tipo artificial de carbono-14 em quantidades muito maiores que as normais, tanto na atmosfera quanto no mar. O carbono extra foi se alojar em partes do corpo em desenvolvimento na época - como a retina dessa espécie de tubarões.
Os cientistas analisaram a concentração ocular de carbono-14 de uma série de carcaças do tubarão. Só encontraram uma quantidade anormal em três deles, o que indica que eles nasceram nos anos 60. Usando a técnica de datação por decaimento do carbono-14, eles conseguiram precisar que um deles nasceu em 1963.
Os pesquisadores também calcularam que as fêmeas atingem a maturidade sexual por volta dos 156 anos, tendo em conta estudos anteriores que afirmam que esta condição é adquirida quando elas atingem mais de 4 metros de comprimento.
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