O Pai da Ficção Científica Brasileira

O paulista Jerônymo Monteiro( 1908-1970) é considerado o pai da ficção científica brasileira. Pioneiro no gênero em nosso país, Monteiro teve um papel decisivo na construção de uma consciência brasilianista da ficção científica, numa época em que o gênero era desprezado pela intelectualidade. A partir de agora, o dia 11 de dezembro, data de seu nascimento, ficará lembrado como o dia da ficção científica brasileira.

Em homenagem a data do nascimento de Jerônymo Monteiro (1908-1970), escritor considerado pelos fãs do gênero como o pai da nossa ficção científica, o dia 11 de dezembro ficará marcado a partir de agora como o dia da ficção científica brasileira. Além de escritor, Jerônymo foi tradutor, editor, diretor de redação e um organizador de extrema ousadia, que teve um papel decisivo na construção de uma consciência brasilianista da ficção científica, numa época em que o gênero era desprezado pela intelectualidade.
Nascido em São Paulo, Monteiro começou a ficar famoso nos anos 1930 através de seu romance policial "O Colecionador de Mãos", que era assinado com o  pseudônimo de Ronnie Wells.  A partir de 1947, publicou uma série de romances de ficção científica e editou uma antologia intitulada "O Conto Fantástico", em 1959. Em 1964 fundou a Sociedade Brasileira de Ficção Científica, que reunia escritores como André Carneiro e Rubens Teixeira Scavone. No início da década de 1970, tornou-se editor do Magazine de Ficção Científica, edição brasileira do The Magazine of Fantasy and Science Fiction.  Na sua coluna no jornal Tribuna de Santos, Monteiro divulgava o gênero, e talvez esta tenha sido sua contribuição mais importante para a FC nacional, sua luta incessante pela "profissionalização" da FC e pelo distanciamento dos modelos importados do estrangeiro.
Até o final da década de 30, não existia no Brasil um movimento literário em prol da ficção científica, envolvendo escritores e leitores. Antes havia surgido alguns textos casuais de autores da literatura, como: Gastão Cruls, Menotti del Picchia, Érico Veríssimo, Adazira Bittencourt e Monteiro Lobato. Mas ainda não havia uma tradição literária em ficção científica. Eram apenas ambientados em universos remotos habitados por seres fantásticos além, é claro, de ambientes utópicos e de aventuras.
Em 1947, Monteiro publicou o romance "Três Meses no Século 81" e em 1948 lançou o livro "A Cidade Perdida" consolidando no Brasil um gênero que passou a existir como um universo literário a parte da literatura, com regras e métodos próprios, além de formar um público específico. Apesar de recheado de grandes doses de inventividade e fantasia, "A Cidade Perdida" acabou dando uma contribuição legítima à arqueologia e chegou até a servir de referência para muitos pesquisadores. 
Homem de muitos talentos, Jerônymo foi um dos primeiros autores brasileiro a enveredar pela literatura policial. Monteiro também foi o idealizador de uma das primeiras séries radiofônicas de ação transmitidas no Brasil, As Aventuras de Dick Peter (1937), transmitidas pela Rádio Difusora de São Paulo.
"Até o fim de sua vida sempre procurou mais que simplesmente divulgar, “profissionalizar” a ficção científica, e fez isso em todas as oportunidades que se abriam e que conquistava pelo prestígio alcançado com o brilhante exercício da carreira jornalística. Muitos de seus contos (alguns de FC) foram publicados nas revistas O Cruzeiro, Fonfon, A Cigarra, Eu Sei Tudo, Lady, Globo e Vida Doméstica. Foi diretor da Gazeta Juvenil e das revistas infantis Disney, da Editora Abril, e também repórter da Assembléia Legislativa." 
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