A Reviravolta da Vacina

Uma sociedade em que se tem verificado uma ascensão dos antivacinistas nas últimas décadas, agora espera ansiosamente pelo anúncio de uma vacina contra a Covid-19. As autoridades sanitárias mundiais já estão convencidas de que somente a imunização antiviral trará tranquilidade sobre a disseminação e controle da Covid-19. Por isso que em todo o mundo estão sendo testadas possíveis substâncias ativas para uma vacina. O número de projetos é superior a 120, incluindo desde pequenas empresas, como as alemãs Biontech e Curevac, a grupos globais como a Sanofi e a GlaxoSmithKline. No Brasil, pesquisadores da Fiocruz produzirão a vacina para a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a biofarmacêutica AstraZeneca. A previsão é que os primeiros lotes possam ser utilizados até dezembro de 2020. 


O mundo está mesmo ao contrário. Uma sociedade em que se tem verificado uma ascensão dos antivacinistas nas últimas décadas, agora espera ansiosamente pelo anúncio de uma vacina contra a Covid-19. O movimento antivacina vem crescendo no mundo todo, inclusive no Brasil, um país que sempre foi exemplo internacional de um modelo de vacinação pública.E olha que antivacinistas não são um fenômeno recente. Já são conhecidos desde a chamada Revolta da Vacina, do início do século XX, quando o governo instituiu a imunização obrigatória como medida de combate à varíola. Não é de hoje que há debates acalorados sobre vacinas no meio científico. Mas a questão ressurgiu com mais força nos meados da última década nos Estados Unidos e na Europa. 
Mas por que o mundo inteiro anseia por uma vacina contra a Covid-19? 
Em 11 de março de 2020, a Covid-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia e foram confirmados no mundo 10.185.374 casos de Covid-19 (163.865 novos em relação ao dia anterior) e 503.862 mortes (3.946 novas em relação ao dia anterior) até 30 de junho de 2020. As autoridades sanitárias mundiais já estão convencidas de que somente a imunização antiviral trará tranquilidade sobre a disseminação e controle da Covid-19. Por isso que em todo o mundo estão sendo testadas possíveis substâncias ativas para uma vacina. O número de projetos é superior a 120, incluindo desde pequenas empresas, como as alemãs Biontech e Curevac, a grupos globais como a Sanofi e a GlaxoSmithKline. E também a Moderna, de Boston, nos EUA. As ações da empresa subiram quase 20% depois que a substância candidata a vacina da empresa mostrou resultados promissores nos testes iniciais.
E o mês de julho já começou com uma boa notícia: a vacina experimental contra o novo coronavírus produzida pela gigante farmacêutica Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia BioNTech demonstrou bons resultados em testes com humanos. "A vacina estimulou a resposta imune dos pacientes saudáveis, mas também causou efeitos colaterais, como febre, em doses mais altas.
O estudo foi randômico e testado em 45 voluntários que receberam três doses da vacina ou placebo; destes, 12 receberam uma dose de 10 microgramas, outros 12 tomaram 30 microgramas, mais 12 receberam uma dose de 100 microgramas e nove foram tratados com a versão em placebo da vacina.
A vacina foi capaz de gerar anticorpos contra a covid-19 e alguns deles neutralizaram o vírus, o que pode significar que é capaz de parar o funcionamento dele, mas ainda não se sabe se esse nível mais alto de anticorpos é realmente capaz de gerar imunidade à doença.
A Pfizer irá conduzir novos estudos em breve para provar que quem tomou a vacina é 50% menos vulnerável ao vírus. A novidade foi divulgada no site Medrxiv, principal distribuidor de descobertas científicas que ainda não foram revisadas por pares. Os resultados ainda não foram publicados em um jornal científico."
Pesquisadores da Universidade de Oxford começaram testes clínicos em mais de mil voluntários em abril. O projeto está sendo executado em cooperação com a gigante farmacêutica AstraZeneca. Aí que entra a participação brasileira. "Os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) produzirão a vacina para a Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford. A previsão é que os primeiros lotes possam ser utilizados até dezembro de 2020. A instituição brasileira firmará um acordo com a AstraZeneca para a compra de lotes e a transferência de tecnologia da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, nos Estados Unidos.
Esse acordo prevê duas etapas de produção: a primeira consiste na produção de 30,4 milhões de doses antes do término dos ensaios clínicos, o que representa 15% do quantitativo necessário para a população brasileira, ao custo de 127 milhões de dólares. Além das vacinas, esse investimento inclui a transferência de tecnologia para que a produção possa ser completamente internalizada e nacionalizada.
A Fundação vai adequar as instalações necessárias para incorporar a produção da vacina, para se tornar autossuficiente em todas as fases do processo, o que deve acontecer no primeiro trimestre de 2021. O acordo prevê ainda uma segunda etapa, com a produção de mais 70 milhões de doses, ao preço de custo de 2,30 dólares por dose, ao final dos ensaios clínicos e com a eficácia da vacina comprovada."
Enfim, foi dada a largada: a corrida pela vacina está em pleno andamento na indústria farmacêutica. E a disputa está acirrada. Mesmo não acreditando que uma vacina contra o coronavírus já venha a estar disponível em 2020, as empresas concorrentes estão investindo pesado e arcando com o risco de ficarem para trás na corrida. Porém, este risco deve ser amortecido pelo financiamento público.  Uma coisa é certa: quem obtiver uma vacina primeiro pode esperar bilhões de dólares em lucros. 
Para saber mais, clique nos links abaixo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Mariposa da Morte

Ilustrações da Mitose

Sistemática Filogenética