Genes de Resistência Antimicrobiana nas Tartarugas de Galápagos

Uma equipe de pesquisadores identificou pela primeira vez genes de resistência antimicrobiana em bactérias que vivem nas tartarugas gigantes do Arquipélago de Galápagos. A descoberta dessas bactérias tornam as tartarugas potenciais "sentinelas ou bioindicadores" da saúde dos ecossistemas. O estudo,  publicado na  Environmental Pollution, concluiu que as tartarugas de Galápagos, que vivem em contato com atividades pecuárias, turísticas ou humanas urbanizadas, apresentam mais bactérias resistentes aos antibióticos do que aquelas que habitam ecossistemas mais isolados. As atividades humanas estão facilitando a dispersão de genes de resistência no ambiente, algo que já foi observado em outras partes do mundo, mas nunca antes evidenciado em Galápagos.

De acordo com a OMS, a resistência aos antibióticos é uma das principais ameaças à saúde pública do planeta. Os antibióticos são medicamentos usados para tratar infecções bacterianas. A resistência ao medicamento é potencializada pelo mau uso ou administração excessiva de antibióticos, bem como a falta de popularização de novos fármacos pela indústria farmacêutica. Utilizado de maneira errada, o antibiótico impulsiona a evolução das superbactérias. A resistência pode ocorrer espontaneamente por meio de mutação, mas esta não é a única forma.
Uma equipe de cientistas, liderada por pesquisadores espanhóis, identificou pela primeira vez genes de resistência antimicrobiana em bactérias que vivem nas tartarugas gigantes das Galápagos em duas ilhas do arquipélago. Os resultados tornam esses répteis bioindicadores da saúde dos ecossistemas diante dessa crescente ameaça à saúde pública. A localização dessas bactérias pela primeira vez em Galápagos as torna contaminantes ambientais e as tartarugas, potenciais "sentinelas ou bioindicadores" da saúde dos ecossistemas.
Um estudo recentemente publicado na revista Environmental Pollution concluiu que as tartarugas gigantes de Galápagos, que vivem em contato com atividades pecuárias, turísticas ou humanas urbanizadas apresentam mais bactérias resistentes aos antibióticos do que aquelas que habitam ecossistemas mais isolados.
As atividades humanas estão facilitando a dispersão de genes de resistências no meio ambiente, algo que já foi observado em outras partes do mundo, mas nunca antes evidenciado em Galápagos.
Para a realização do estudo, foram coletadas amostras de 270 tartarugas em 2018 e 2019 em dois locais de diferentes características de Galápagos: a populosa ilha de Santa Cruz e o remoto vulcão Alcedo, na Ilha Isabela.
As análises de resistência foram realizadas no laboratório do INIA-CISA (Center for Research in Animal Health) em Madri utilizando uma nova metodologia que permite a detecção de genes de resistência sem a necessidade de cultivo da bactéria, utilizando reações de PCR em tempo real . Essa técnica permite identificar os genes e também o número de bactérias com genes resistentes que estão presentes em uma amostra. No total, eles analisaram 21 genes que codificam resistência para oito das famílias de antibióticos mais usados ​​na medicina humana e animal.
O fato de espécies emblemáticas como as tartarugas de Galápagos entrarem em contato com essas bactérias resistentes implica que o ecossistema em que habitam está sendo contaminado. Os pesquisadores não sabem ainda quais as reais implicações que esta descoberta pode ter para a saúde das tartarugas gigantes, mas a resistência é considerada um poluente ambiental. Em Galápagos os antibióticos podem ser adquiridos sem receita , tanto para uso humano como veterinário, sem que as autoridades restrinjam seu uso, como acontece na Espanha e em outros países do mundo.
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