A Osteoporose Marinha

A osteoporose marinha e o branqueamento dos corais são dois fenômenos decorrentes do aumento da poluição no ambiente marinho

Tão preocupante quanto os derramamentos de óleo nos mares, o fenômeno da acidificação dos oceanos também tem ganhado espaço nas páginas dos jornais recentemente. A acidificação dos mares é causada, basicamente, pela resultante de um aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) ambiental nas águas marinhas. O CO2 que dissolve no oceano reage com a água e libera hidrogênio ácido e bicarbonato, que vai aumentar a a cidez do oceano. Isso resulta numa osteoporose marinha , ou seja, vai dissolvendo o esqueleto carbonato, virando tudo bicarbonato.
Com o aumento do CO2 a temperatura do mar tende a aumentar e caminha-se assim, também para uma desertificação dos recifes de corais. Se o problema do fundo do mar não é capaz de afetar os humanos, um dado estatístico pode fazer pensar: hoje há cerca de meio bilhão de pessoas no mundo que desenvolvem atividades econômicas relacionadas com recifes de corais. A importância dos recifes de corais para a vida marinha é muito grande. Permite, por exemplo, uma quantidade maior de espécies (biodiversidade) no fundo do mar.
No Brasil está acontecendo um branqueamento destes recifes de corais, desde o Rio Grande do Norte até a Ilha Grande, no banco de Abrolhos, aqui no Rio de Janeiro. Na verdade, os corais branquearam, não morreram. isso acontece porque as algas que vivem dentro do coral começam a produzir derivados de oxigênio quando a temperatura do mar aumenta. Estes derivados são tóxicos. É como se fossem água oxigenada (peróxido de oxigênio). Os corais começam, então, a expelir essas algas para fora e perdem a cor.
Atualmente, a osteoporose marinha está muito acelerada, com reflexo na produtividade. Isso leva à dissolução das placas e pode contribuir para um aumento da temperatura da água superficial.  Segundo os estudiosos do tema, se continuarmos emitindo gás carbônico como fazemos hoje (os oceanos absorvem 30% de toda a quantidade), os mares vão ficar cada vez mais ácidos, com reflexo direto na vida marinha.
Outros dois fatores que também levam os oceanos ao estresse são mais fáceis de entender e exigem muito pouco de nós: lixo em demasia nos oceanos e pesca predatória. O oceanógrafo David Zee lembra que, na ocasião do acidente com o boeing da Air France, em maio do ano passado, mergulhadores ficaram impressionados com a quantidade de lixo encontrado nas águas profundas.
A recomendação internacional para se tentar salvar os oceanos é que se evite poluição química, orgânica, que se diminua a taxa de sedimento e que se recuperem as matas ciliares. Em regiões turísticas, é preciso evitar que as pessoas depredem os recifes. Só fazendo isso é que vamos ter esperança de que os recifes não morram.

Saibam mais sobre pesca predatória nos oceanos aqui no Biorritmo lendo a postagem O Mar Não Está Mais Pra Peixe (02/06/2010)

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