E. coli: Uma Bactéria que Contraria a Lógica


Bactéria E.coli contraria a lógica e se multiplica mais quando ganha resistência A aquisição de novos genes tem um custo para as bactérias, que se     reflete, por exemplo, na redução da taxa de divisão celular

As bactérias adquirem resistência aos antibióticos a partir de mutações, que podem ocorrer pela incorporação de novos genes a partir do ambiente circundante ou de outras bactérias. Ao contrário do que é esperado nesses casos, uma equipe de pesquisa da Universidade de Lisboa e do Instituto Gulbenkian de Ciência, em Portugal, mostrou que, ao contrário do que se esperava, quando ambos mecanismos de resistência estão atuando na bactéria E. coli, a capacidade dela de sobreviver e se reproduzir aumenta.
Normalmente, a aquisição de novos genes, seja pela inserção de pedaços de DNA (plasmídeos) ou por mutações, tem um custo para as bactérias, que se reflete na redução da taxa de divisão celular, por exemplo. O autor sênior do artigo, Francisco Dionísio, descreve o processo utilizando a seguinte analogia: "se você desmontar seu computador e, aleatoriamente, mudar conexões e peças, você não pode esperar que ele funcione melhor do que antes".
No entanto, a equipe de pesquisa demonstrou que, quando ocorre uma mutação no cromossomo de uma bactéria que já incorporou um plasmídeo que transmite resistência, a bactéria se divide mais rápido em 10% das combinações mutação-plasmídeo testadas. De forma semelhante, as bactérias que primeiro adquirem resistência aos antibióticos por meio de mutação cromossômica e depois ganham mais resistência com a inserção de plasmídeos no DNA mostraram aumentos na taxa de reprodução em 32% das combinações.
Em 2009, os mesmos grupos de pesquisa mostraram, pela primeira vez, a importância das interações entre genes aleatórios para determinar a resistência a antibióticos nas bactérias. Este último estudo leva estas conclusões iniciais um passo além, demonstrando que este é um fenômeno geral, e que, portanto, pode ajudar a prever como uma população bacteriana vai evoluir depois de receber um plasmídeo que confere resistência a um determinado antibiótico.
Francisco Dionísio acrescenta que "estes resultados são, no mínimo, inesperados, tendo em conta o que já se sabia sobre as interações genéticas, e podem estar por detrás do mecanismo por meio do qual a resistência rápida aos antibióticos apareceu" .
Fonte: Isaude.net

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