Microrganismos Intracelulares

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Apesar de todas as bactérias enfrentaram situações adversas, as intracelulares encaram um desafio particularmente interessante: se adaptar às condições internas de uma criatura viva, sem matá-la.

As bactérias existem há mais de 2 bilhões de anos, uma proeza conseguida graças à alta adaptabilidade desses microrganismos, que podem ser encontrados no solo, na água, no ar e até mesmo dentro de células de outros seres. Apesar de todas as bactérias enfrentaram situações adversas, as intracelulares encaram um desafio particularmente interessante: se adaptar às condições internas de uma criatura viva, sem matá-la.
Em geral, todos os seres necessitam de fontes de carbono, de nitrogênio e de oxigênio para sobreviver e a maioria deles, em particular os multicelulares, preferem utilizar a glicose ou glicogênio como fonte de carbono. Já algumas bactérias têm encontrado formas alternativas de sobrevivência. A Legionella pneumophila, por exemplo, obtém energia a partir dos aminoácidos que compõem as proteínas consumindo altos níveis desse nutriente e pouco carboidrato
Como há baixa concentração de aminoácidos flutuando em células eucarióticas, é necessário que a Legionella incentive a quebra das proteínas – um processo normal que acontece dentro de suas células todos os dias, já que a produção e quebra de proteínas são vitais para a produção de sinais químicos e a modificação das vias metabólicas. O problema, no entanto, é que as bactérias bloqueiam esse sistema natural e começam a executá-lo em benefício próprio. Em condições saudáveis, as células identificam a proteína a ser quebrada e a identificam com ubiquitina, outra proteína que serve como sinal para que as moléculas marcadas sejam divididas pelo proteassoma. O que a Legionella faz ao entrar na célula é reforçar sua membrana celular (para ficar mais protegida) e, em seguida, secretar cerca de 300 proteínas em seu hospedeiro, incluindo a AnkB, que provavelmente não adiciona ubiquitina, mas parece estimular as marcações – o que garante um lugar perfeito para o desenvolvimento da bactéria. Se o gene responsável pela AnkB é destruído, a bactéria sofre defeitos de crescimento. Em estudos com ratos, microrganismos nessas condições eram incapazes de causar doenças. 
Cientistas acreditam que entender como funciona o metabolismo dessa espécie pode servir de base para a compreensão de mecanismos gerais e ampliar horizontes de estudos com vacinas e medicamentos.

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