No Controle: Células São Capazes de Direcionar Suas Próprias Funções

Células possuem a capacidade de controlar suas próprias funções
Ponto de vista defendido até então era de que o destino de uma célula era determinado por sinais externos

Cientistas do Walter e Eliza Hall Institute, na Austrália, descobriram que as células têm capacidade de direcionar suas próprias funções. Resultados de estudo realizado com as células B do sistema imunológico mostraram que fatores internos influenciam as funções das células.
As células B podem ter destinos múltiplos. Alguns dos destinos mais comuns são morrer, se dividir, tornar-se uma célula secretora de anticorpos ou alterar que anticorpos são produzidos. Isso tudo acontece enquanto as células estão se proliferando nos gânglios linfáticos.
O ponto de vista mais comum, até então, era de que o destino de uma célula é determinado por sinais externos, tais como a presença de hormônios em particular ou moléculas de sinalização celular. No entanto, a equipe, liderada por Mark Dowling, descobriu que os destinos das células são, em grande parte, determinados por processos internos.
Para testar a teoria, os pesquisadores recriaram as condições necessárias para que 2500 células B desenvolvessem diferentes funções e, em conjunto com o pesquisador John Markham, utilizaram tecnologia de ponta para filmar as células.
Os resultados mostraram que as células se comportavam como se houvessem processos internos governando os destinos das células. Cada uma dessas máquinas internas age como um pequeno relógio ou cronômetro para determinar a função da célula: morte, divisão, o tipo de anticorpo que é produzido ou se elas se tornam células secretoras de anticorpos.
Segundo o pesquisador Phil Hodgkin, ainda que as células estivessem recebendo os mesmos sinais externos, houve uma variação considerável no que aconteceu com a população de células. "Uma proporção confiável de células B iria acabar com cada um dos destinos diferentes. Isto sugere que fatores externos, como hormônios ou moléculas de sinalização celular, não estavam dizendo às células o que fazer, mas alteravam a probabilidade de escolha de cada função", afirma Hodgkin.
Quando o corpo está respondendo a uma infecção muitos tipos de células imunes, cada um com uma função diferente, são produzidos. De acordo com Dowling, isso pode significar que o corpo tenha aprimorado as chances de produzir alguns tipos de célula em particular, dependendo da situação.
A equipe espera agora, criar modelos matemáticos para prever, com precisão, como sinais externos podem alterar a probabilidade de que uma população de células imunes tenha determinada função. "O desenvolvimento de tais modelos iria ajudar no desenho de novas terapias para doenças auto-imunes e vacinas imunológicas aperfeiçoadas", conclui ele.
Fonte: Isaude.net

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