Mais Respeito Com as Antas

Pesquisadora brasileira acredita que o termo pejorativo "anta" prejudica a preservação da espécie no Brasil. Segundo Patrícia Médici,  defensora do animal, a anta é um mamífero vulnerável que já enfrenta diversos problemas como a perda do habitat, caça predatória e atropelamentos nas estradas


A presidente da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, Patricia Médici, afirmou durante a conferência TedGlobal no Rio de Janeiro, que deseja acabar com o termo pejorativo “anta”. Ela acredita que o xingamento que leva o nome do animal prejudica a preservação da espécie no Brasil.
A anta (Tapirus terrestris) o maior mamífero do Brasil e o segundo da América do Sul, tendo até 300 kg de peso e 242 cm de comprimento. Possui uma probóscide (uma espécie de tromba), que é usada para coletar alimento.Também chamada de tapir, a anta , assim como o cavalo e o rinoceronte, é um mamífero perissodáctilo, pois possui um número ímpar de dedos nas patas. É um animal frugívoro, e tem um papel importante na dispersão de sementes, principalmente na Amazônia. Seus predadores são grandes felinos, como a onça-pintada e a suçuarana, além do homem.
A anta é listada como "vulnerável" pela IUCN. Desapareceu no limite sul de sua distribuição geográfica, da Caatinga e das regiões próximas aos Andes. Isso se deve principalmente à perda de habitat e à caça predatória.
“Eu realmente acredito que para a gente buscar, acreditar que uma espécie seja preservada e protegida, a gente tem que ter orgulho desse bicho, e isso que eu ainda não senti que o brasileiro tem. Mas é só aqui no Brasil”, declarou Patrícia ao G1.
A cientista florestal explicou que o principal dano que a extinção das antas nas floretas da América do Sul pode causar é na biodiversidade. A anta se alimenta de frutas e despeja através das suas fezes diversas sementes no solo.
“É muito importante para as florestas. Se extinta, não vai ter mais nenhum animal que vai fazer esse papel”, explicou. “Queremos colocar a anta na boca do povo para as pessoas verem o que é o bicho, e porque esse termo pejorativo é infundado”, completou.
De acordo com Patrícia, a principais causas de morte da espécie é o desmatamento, os atropelamentos e a caça para utilização da carne e pele.
“Em algumas regiões do país [a caça acontece] para a retirada do órgão sexual masculino da anta, que eles secam e fazem infusões com a crença que é um afrodisíaco. E atropelamento em rodovias é um problema com o qual a gente tem lidado muito hoje em dia. O estado do Mato Grosso do Sul é sanguinolento. É o campeão, sem dúvidas”, afirmou.
A defensora da espécie afirmou ainda que a demora da gestação da anta e a vulnerabilidade dos filhotes que são expostos a predadores nas florestas assim que nascem são outras causas de risco de extinção.
“A extinção tem que ser vista de uma forma mais a nível de América do Sul. Na Mata Atlântica só 7% ainda existe. E pelo fato desse bicho se reproduzir muito lentamente, 13 a 14 meses. A gente está falando de um ciclo reprodutivo de dois anos”, completou.
Para acabar de vez com a associação negativa de certos animais, a Iniciativa Nacional de Preservação das Antas lançará nos próximos dias uma série de desenhos da espécie interagindo com aqueles que Patrícia chama de outros animais injustiçados, como o burro e o porco.
“A gente está trabalhando em várias frentes. As pessoas brincam muito comigo: para de reclamar, tem o porco, tem o burro. A gente está até saindo com uma campanha agora da anta interagindo com vários desses animais que são também injustiçados. É uma serie de 20 cartoons que a gente vai soltar nos próximos dias”, adiantou.
Fontes: G1 e Wikipedia

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