Os Elefantes Não Esquecem

Os elefantes são animais tão inteligentes quanto os chimpanzés, gorilas e golfinhos, mas estão ameaçados de extinção devido à perda do seu habitat e da caça ilegal que abastece o contrabando de marfim. Elefantes são capazes de distinguir a etnia, o sotaque e o sexo das vozes humanas que ouvem, reconhecer a própria imagem no espelho, além de perceber a morte e chorar a morte dos entes queridos.

Os elefantes são animais super inteligentes – tão próximos dos humanos quanto os macacos. Os elefantes sabem distinguir a etnia, o sotaque e o sexo das vozes humanas que ouvem. Utilizam essa capacidade para se defender e se esconder de inimigos potenciais.Ainda assim, estamos literalmente levando estes animais à extinção. 
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Sussex (GB) fez com que elefantes africanos (Loxodonta africana) do Amboseli National Park, no Quênia, escutassem uma série de gravações de vozes humanas. Algumas frases erram pronunciadas por homens da etnia Massai, pastores que ocasionalmente entram em conflito com os elefantes por questões ligadas ao acesso às fontes de água e a ocupação dos territórios.
Outras vozes pertenciam a homens kamba (a etnia da maior parte dos empregados dos funcionários do parque), que raramente representam algum perigo para os paquidermes. Outras vozes ainda pertenciam a mulheres e crianças da tribo Massai. Todos pronunciavam a mesma frase: Olha lá, há um bando de elefantes se aproximando!"
A audição das gravações aconteceram durante as horas diurnas a centenas de elefantes de 47 famílias diferentes. Quando eram os homens massai que falavam, a maior parte dos paquidermes se juntava aos demais exemplares, cheirando o ar com a tromba e afastando-se cautelosamente. O mesmo não acontecia, no entanto, quando ouviam as outras vozes, sinal que os elefantes muito provavelmente sabem distinguir tonalidades e características dos humanos que consideram perigosos.
Os que se dedicam ao estudo comportamental dos elefantes há muito conheciam, com admiração, a capacidade que esses paquidermes têm de perceber a morte, reconhecer o odor dos inimigos e a própria imagem no espelho. Os elefantes são obcecados com a própria morte. Eles entendem o que está acontecendo com suas famílias, chegando até a identificar ossos de outros elefantes e passar horas chorando sobre eles. 
Um outro estudo publicado na revista científica digital PLos One demonstra como os elefantes possuem chamados vocais específicos para designar os seres humanos. Sinal de que, na opinião dos cientistas, as relações entre o homem e os paquidermes está se tornando cada vez mais tensa. Com efeito, os elefantes africanos estão cada vez mais ameaçados por causa do desaparecimento do seu habitat e da caça ilegal que abastece o contrabando de marfim. 
Cem elefantes morrem por dia – eles são atingidos por tiros disparados a partir de helicópteros e têm seus rostos mutilados por facões, muitas vezes enquanto ainda vivos – apenas para produzir objetos de marfim. O pior de tudo é que essa selvageria é levada a cabo pelo crime organizado e ajuda a financiar os grupos terroristas mais perigosos do mundo. 
Matar elefantes é um negócio gigantesco: com a diminuição do número de animais selvagens, o preço dos estoques de marfim está cada vez mais alto. Agora, os caçadores estão correndo para matar a quantidade máxima de elefantes possível. Em cinco anos, Moçambique perdeu metade de sua população. Estamos correndo contra o tempo: se a taxa de mortalidade atual continuar, em pouco mais de uma década pode ser que não haja mais elefantes selvagens, apenas sepulturas
Mas não matar os elefantes é um negócio ainda ainda mais rentável. É esse o raciocínio que algumas organizações conservacionistas querem transmitir aos governos africanos: os elefantes rendem mais quando estão vivos. É o argumento econômico: um elefante vivo vale 76 vezes mais que um morto. Concretamente, segundo a estimativa mais recente um paquiderme africano pode gerar ao longo de sua vida 1,3 milhão de euros (4,23 milhões de reais) em lucros relacionados ao ecoturismo. São mais de 18.000 euros anuais (59.000 reais) – e a expectativa de vida de um elefante gira em torno dos 70 anos – que vão repercutir em toda a cadeia econômica que se beneficia do turismo, que atrai visitantes a diferentes países africanos para desfrutar de seus tesouros nacionais. A presença do maior mamífero terrestre é fundamental para esse turismo.
A ciência já descobriu vários outros sinais da grande inteligência desses animais. Por exemplo: eles usam a tromba para se comunicar com uma espécie de linguagem e sinais. Por exemplo, uma tromba em forma de "S" significa "quero te conhecer". Se, em vez disso, as trombas de dois elefantes se cruzam, como num aperto de mãos, significa que eles estão se cumprimentando. Mas se o elefante levantar a tromba bem alto e deixá-la parada nessa posição, trata-se de um aviso de alerta ao bando: Atenção, algo está acontecendo!
Fontes: Avaaz e Brasil 247

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