Por Que Os Elefantes Não Desenvolvem Câncer?

Cientistas dos EUA conseguiram desvendar por que os elefantes raramente desenvolvem câncer. Segundo eles, estes animais possuem 38 cópias adicionais do gene que codifica a proteína p53 conhecida pelo seu papel de inibidora de tumores. Assim, as células dos paquidermes parecem estarem protegidas contra o surgimento de câncer.

O mistério por que os elefantes simplesmente não desenvolvem câncer, mesmo possuindo 100 vezes mais células do que os seres humanos, parece estar perto de ser solucionado. Uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos descobriu que estes animais têm 38 cópias modificadas adicionais (alelos) do gene que codifica a proteína p53 que age como um inibidora da tumores- em comparação com os humanos que têm apenas dois.
Um estudo das universidades estadunidenses de Utah e Arizona, em colaboração com pesquisadores do Centro Ringling Bros Para a Conservação do Elefante, procurou encontrar a resposta para uma pergunta antiga: "Por que os elefantes raramente desenvolvem câncer?" De acordo com os resultados, publicados na revista JAMA, os elefantes têm 38 cópias adicionais modificadas (alelos) do gene que codifica a proteína p53, conhecida por seu papel como inibidora de tumores- em relação aos seres humanos, que só têm dois. Portanto, os paquidermes poderia ter um mecanismo mais potente para matar as células danificadas que estão em risco de se tornar cancerosas. O trabalho indica que p53 adicional poderia explicar uma maior resistência dos elefantes ao câncer.
"A natureza já descobriu como prevenir o câncer. Cabe a nós, cientistas, explorar formas em que a biologia de diferentes animais enfrenta o problema e adaptar essas estratégias para prevenir a formação de tumores em seres humanos", diz Joshua Schiffman , um oncologista do Instituto do Câncer Huntsman da Universidade de Utah e co-autor do estudo.
Para obter uma explicação para o fato de os elefantes possuírem um taxa de desenvolvimento de tumores inferior a 5%, os cientistas rastrearam genoma do elefante africano e encontraram pelo menos 40 cópias de genes que codificam p53. Testes de DNA deram pistas sobre por que os elefantes têm muitas cópias. A grande maioria (38 deles) são chamados retrogenes: cópias modificadas e duplicada que foram preservadas ao longo do tempo evolutivo.
A equipe de Schiffman trabalhou com pesquisadores do Hogle Zoo de Utah e do Centro Ringling Bros Para a Conservação do Elefante para testar se as cópias extras de genes são realmente aqueles que protegem os elefantes do câncer. Os glóbulos brancos extraídos a partir de amostras de sangue de animais obtidos nos centros controles de saúde de rotina foram submetidos a tratamentos radiativos para causar danos ao DNA dessas células,  funcionando como um disparador para o câncer
Para testar a hipótese, foi feita uma comparação de células isoladas de elefantes com células de seres humanos saudáveis ​​e de células de pacientes com síndrome de Li-Fraumeni. Os portadores dessa síndrome têm apenas uma cópia funcional de p53 e são expostos a um risco de desenvolvimento de câncer durante a sua vida de mais de 90% em crianças e adultos. Eles descobriram que as células de elefantes expostas à radiação são destruídas a uma taxa duas vezes maior do que a de células humanas saudáveis ​​e mais de cinco vezes mais do que as pessoas com Li-Fraumeni "Nossos resultados suportam a ideia de que mais p53 oferece proteção contra o câncer ", diz o pesquisador. 
Referência bibliográfica:
Joshua Schiffman et al. “Potential mechanisms for cancer resistance in elephants and comparative cellular response to DNA damage in humans”. JAMA (8 de octubre, 2015).
Fonte: SINC  

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